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Acidente
13/03/2025 23:00:00

Mulheres protestam contra impactos ambientais da mineração no Agreste alagoano

Mulheres protestam contra impactos ambientais da mineração no Agreste alagoano

Na manhã desta quinta-feira (13), cerca de 300 mulheres, entre trabalhadoras rurais e urbanas, participaram de um ato contra os impactos ambientais causados pela Mineração Vale Verde, em Craíbas, interior de Alagoas. A manifestação integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, realizada em diversas regiões do Brasil entre os dias 11 e 13 de março, com o lema: “Agronegócio é violência e crime ambiental. A luta das mulheres é contra o capital”.

O protesto denuncia os danos ambientais e sociais gerados pela atividade mineradora na região, como a contaminação de rios, morte precoce de animais, tremores de terra e rachaduras em residências. Moradores relataram que as explosões frequentes utilizadas na extração mineral têm causado insegurança para as famílias vizinhas.

A manifestação também alerta para precedentes de desastres ambientais provocados pela mineração no Brasil. Os casos de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, causados pela mineradora Vale, resultaram na destruição de comunidades inteiras, contaminação de rios e diversas mortes. Em Maceió, a exploração de sal-gema pela Braskem levou ao afundamento de bairros, forçando milhares de famílias a abandonarem suas casas. Agora, os moradores do Agreste alagoano temem que a história se repita.

Segundo relatos da população local, o abastecimento de água já foi comprometido em alguns pontos devido à contaminação dos rios, enquanto animais adoecem sem explicação. As rachaduras em residências e o medo de desabamentos devido aos tremores de terra registrados nos últimos meses reforçam a preocupação dos moradores.

Para Ana da Hora, da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a mobilização marca o início de uma resistência pública contra os danos ambientais na região. “Esse ato é essencial para alertar a sociedade sobre os impactos da mineração e para mostrar que precisamos de um modelo de desenvolvimento que preserve os territórios camponeses e o meio ambiente”, afirmou.

Durante o protesto, as mulheres reafirmaram a necessidade de barrar a mineração predatória e garantir a proteção das comunidades afetadas. Além da denúncia contra a Mineração Vale Verde, a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra defende a permanência das famílias no campo com dignidade, a produção de alimentos saudáveis e a preservação dos bens naturais.

“A mineração está destruindo nossa terra, nossa água e comprometendo nossa saúde. Não podemos esperar mais uma tragédia ambiental acontecer para agir. Estamos aqui para denunciar e exigir providências”, declarou uma das manifestantes durante o ato.

A Mineração Vale Verde opera na região desde 2007 e está à frente do “Projeto Serrote”, que prevê a abertura de uma mina a céu aberto para a extração e exportação de concentrado de cobre. O investimento estimado no projeto ultrapassa R$ 700 milhões. Entretanto, moradores e movimentos sociais alertam para os riscos ambientais e exigem medidas para garantir a segurança das comunidades atingidas.



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