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Mundo
13/03/2025 22:00:00

Protestos de aposentados na Argentina terminam em confronto com a polícia e prisões

Protestos de aposentados na Argentina terminam em confronto com a polícia e prisões

Uma manifestação de aposentados, apoiada por torcidas organizadas de futebol e movimentos sociais, terminou em confrontos violentos com a polícia em Buenos Aires nesta quarta-feira (12). A repressão policial resultou em 103 prisões e deixou ao menos 20 feridos, incluindo um manifestante em estado grave após ser atingido na cabeça por uma cápsula de gás lacrimogêneo.

Os aposentados protestam contra a perda de direitos e a drástica redução do poder de compra, consequência das políticas econômicas do governo de Javier Milei. Entre as principais reivindicações estão a atualização do valor das aposentadorias, a retomada da cobertura dos custos com medicamentos e a prorrogação da moratória previdenciária, que permite a aposentadoria de pessoas sem o tempo mínimo de contribuição.

O número de participantes na manifestação aumentou significativamente com a adesão de torcidas organizadas de cerca de 30 clubes de futebol. Os tumultos começaram quando os manifestantes enfrentaram os bloqueios policiais próximos ao Congresso e à Praça de Maio. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo, balas de borracha e canhões de água, enquanto alguns manifestantes atiravam pedras, fogos de artifício e bombas caseiras. Durante os confrontos, uma viatura e uma motocicleta da polícia foram incendiadas, além de sete veículos da Secretaria de Segurança vandalizados.

À noite, após os embates na região do Congresso, panelaços foram registrados em diversos bairros da capital argentina, e manifestantes voltaram a marchar em direção à sede do governo.

As políticas ultraliberais de Milei, que priorizaram o superávit fiscal e a redução da inflação – que caiu de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024 –, também resultaram no aumento da pobreza e na perda de cerca de 200 mil empregos. O governo congelou bônus adicionais pagos a aposentados e liberou os preços dos medicamentos, dobrando seus custos. Atualmente, quase 60% dos aposentados argentinos recebem a pensão mínima, equivalente a cerca de R$ 1.970.

O governo ainda não se manifestou sobre a repressão policial e as reivindicações dos aposentados, enquanto novas mobilizações são previstas para os próximos dias.



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