Fechamento de agências do Santander gera preocupação entre clientes

Nos últimos anos, o setor bancário brasileiro tem passado por mudanças significativas, e o Santander, que atende mais de 69,2 milhões de clientes no país, tem adotado novas estratégias para se adaptar ao mercado. Em 2024, o banco registrou um lucro líquido gerencial de R$ 10 bilhões nos primeiros nove meses, um crescimento de 40,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar dos bons resultados financeiros, o fechamento de agências tem gerado críticas. Segundo o Sindicato dos Bancários, o número de unidades do Santander caiu de 2.537 para 2.459 em um ano, uma redução de 78 agências. A reestruturação do banco prioriza canais digitais, o que levanta preocupações sobre o impacto no atendimento ao cliente.

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander, Wanessa de Queiroz, alerta que a diminuição de postos de trabalho e de agências afeta tanto clientes quanto funcionários. O modelo de "Multicanalidade", adotado pelo banco, privilegia o atendimento digital, especialmente para clientes com maior poder aquisitivo, o que pode dificultar o acesso de parte da população ao atendimento presencial.

Essa tendência não é exclusiva do Santander. Bancos como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil também têm investido em canais virtuais, enquanto o Nubank, que opera exclusivamente por meio de aplicativos, tem se consolidado como referência no setor digital.

O Banco Central, responsável pela regulação do setor bancário, permite que cada instituição financeira decida individualmente sobre o fechamento de agências, conforme suas estratégias e objetivos de mercado.

O futuro do setor bancário aponta para uma crescente digitalização, com investimentos em tecnologia para melhorar a experiência do cliente e reduzir custos operacionais. No entanto, o desafio será garantir que a inovação não comprometa o acesso ao atendimento para todos, independentemente da renda ou localização. A evolução do setor dependerá da capacidade das instituições financeiras de equilibrar o avanço tecnológico com a necessidade de um atendimento inclusivo e eficiente.