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13/03/2025 11:00:00

Alimentos sobem menos, mas inflação de fevereiro é a mais alta para o mês desde 2003

Alimentos sobem menos, mas inflação de fevereiro é a mais alta para o mês desde 2003

Os preços dos produtos mais consumidos pelos brasileiros subiram 1,31% em fevereiro deste ano, registrando a maior inflação para o mês desde 2003. Embora os alimentos tenham aumentado menos em relação ao mês anterior, reajustes nas tarifas dos serviços públicos e o fim do bônus aplicado nas contas de energia elétrica contribuíram para elevar o índice.

Em janeiro, a inflação havia ficado em 0,16%, o que significa uma alta de 1,15 ponto percentual em fevereiro. Comparado com fevereiro de 2023, quando o índice foi de 0,83%, o aumento foi de 0,48 ponto percentual. Em 12 meses, a inflação acumulada chegou a 5,06%, acima da meta estipulada pelo governo, que é de 4,5%.

Esses dados, divulgados nesta quarta-feira (12), são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o principal impacto no índice veio da alta no grupo habitação, que subiu 4,44% no mês, contribuindo com mais da metade da inflação registrada. A elevação ocorreu principalmente pelo encerramento do desconto nas tarifas de energia elétrica decorrente do bônus de Itaipu, distribuído nas contas em janeiro. Com o fim desse desconto, as contas de luz subiram 16,8% em fevereiro, após terem caído 14,21% em janeiro.

Fernando Gonçalves, gerente responsável pelo IPCA, confirmou que o encerramento dos descontos nas contas de energia foi decisivo para o resultado da inflação de fevereiro. Além disso, reajustes nas tarifas de água e esgoto em cidades como Porto Alegre também impactaram o grupo habitação.

O setor de educação registrou a maior alta percentual em fevereiro, com aumento de 4,70%, reflexo dos reajustes anuais nas mensalidades das escolas particulares. As mensalidades do ensino fundamental subiram 7,51%; do ensino médio, 7,27%; e da pré-escola, 7,02%.

Já o grupo alimentos teve uma alta mais modesta, de 0,7%, ante 0,96% em janeiro. Alguns itens, porém, subiram de forma significativa, como o ovo de galinha, que aumentou 15,39%, e o café moído, com alta de 10,77%. Entre os itens com queda nos preços estão batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%).

Gonçalves explicou que o preço do café subiu devido a problemas na safra desde o início do ano, enquanto o aumento no preço do ovo ocorreu por maior demanda associada ao retorno às aulas, exportação em alta e dificuldades na produção causadas pelo calor excessivo.

O grupo transportes apresentou aumento menor que no mês anterior, com alta de 0,61% contra 1,30% em janeiro. Este resultado foi influenciado principalmente pelo aumento dos combustíveis (2,89%), provocado pelo reajuste do ICMS, e pelo reajuste das tarifas de ônibus urbanos em várias capitais, incluindo São Paulo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para corrigir o salário mínimo, subiu 1,48% em fevereiro, sendo também o maior percentual para o mês desde 2003 e o maior resultado mensal desde março de 2022. Nos últimos 12 meses, o INPC acumulou alta de 4,87%.



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