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Acidente
11/03/2025 00:00:00

Síria: diversidade étnica e religiosa e as mudanças após a queda de Bashar al-Assad

Síria: diversidade étnica e religiosa e as mudanças após a queda de Bashar al-Assad

A Síria abriga uma população diversa, com predominância de muçulmanos sunitas, embora os números exatos sejam imprecisos devido aos anos de guerra civil, mortes e deslocamentos forçados. Após 14 anos de conflito, a queda de Bashar al-Assad marca uma nova fase para o país, que deve passar por transformações significativas.

Conflitos pós-Assad deixam mais de mil mortos

Desde a deposição de Assad, confrontos regionais intensos resultaram em mais de mil mortes, conforme relatado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A maioria das vítimas pertence à minoria alauita, grupo ao qual fazia parte a família do ex-presidente. O atual presidente interino, Ahmad al-Sharaa, pediu unidade nacional e o fim da violência após embates entre forças de segurança e tropas leais ao antigo regime. Os combates começaram na costa mediterrânea, nas províncias de Latakia e Tartus, quando grupos pró-Assad atacaram checkpoints e patrulhas policiais.

Fim de um governo marcado por repressão e guerra

A queda de Assad, em dezembro de 2024, representou o fim de um regime caracterizado por severa repressão e um conflito prolongado. O colapso de seu governo despertou esperanças entre a população síria e na diáspora, refletidas no cântico "Um, um, um, o povo sírio é um", entoado por muitos.

População da Síria: estatísticas incertas devido à guerra

A falta de dados precisos sobre a população se deve à destruição causada pela guerra. Segundo o Escritório Central de Estatísticas da Síria, o país tinha 29,2 milhões de habitantes em 2019. Já a CIA, em seu relatório "World Factbook", estimava 20,4 milhões em 2021, enquanto o Banco Mundial apontava 23 milhões em 2023. Outras projeções sugerem 25 milhões. A ONU calcula que o conflito tenha causado 600 mil mortes, além de levar 6 milhões de sírios ao exílio e deslocar internamente cerca de 7 milhões.

Sunitas, xiitas e alauitas: a composição religiosa da Síria

Cerca de 70% da população síria é muçulmana sunita, grupo que acredita que o profeta Maomé não nomeou um sucessor direto. Os muçulmanos xiitas, que representam 13%, creem que Maomé escolheu seu primo e genro, Ali ibn Abi Talib, como sucessor. Entre os xiitas, os alauitas – minoria religiosa da qual Assad fazia parte – estão concentrados na região costeira ocidental, em cidades como Homs e Hama.

Cristãos e outras minorias religiosas

Além dos grupos muçulmanos, a Síria possui minorias cristãs, incluindo ortodoxos gregos, ortodoxos siríacos, maronitas, católicos sírios, católicos romanos e católicos gregos. Outras comunidades minoritárias incluem drusos, palestinos, iraquianos, armênios, gregos, assírios, circassianos, mandeus e turcomanos, a maioria vivendo em Damasco e arredores.

Curdos e a administração autônoma no norte da Síria

A Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria, conhecida como Rojava, abriga cerca de 2,5 milhões de curdos, sendo a maior minoria do país. Além da presença curda em Damasco, a região também acolhe yazidis, que vivem principalmente na província de Aleppo.

Refugiados palestinos e deslocamento interno

A Síria também é lar de 12 campos de refugiados palestinos, onde vivem cerca de 438 mil pessoas, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA). A província de Idlib, no nordeste, tornou-se o último reduto da oposição nos últimos cinco anos, controlada pelo HTS. A região abriga temporariamente cerca de 4 milhões de sunitas, cristãos e drusos deslocados pela guerra.

 



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