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Acidente
10/03/2025 22:00:00

Síria encerra operação militar contra lealistas de Assad após dias de combates

Síria encerra operação militar contra lealistas de Assad após dias de combates

O novo governo provisório da Síria anunciou, nesta segunda-feira (10), o fim de uma operação militar contra combatentes leais ao ex-presidente Bashar al-Assad. Os confrontos, que duraram vários dias, foram considerados os mais violentos desde o término da guerra civil em dezembro.

Conflitos na região costeira deixam mais de mil mortos

Apesar do anúncio oficial do fim da operação, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou que confrontos continuam na zona rural costeira de Baniyas, onde homens armados ligados ao Ministério da Defesa sírio seguem em combate. Segundo o mesmo observatório, 1.130 pessoas foram mortas desde o início dos conflitos, sendo 830 civis, números que ainda não foram verificados de forma independente.

A violência começou na última quinta-feira (6), após um ataque surpresa de homens armados da comunidade alauíta contra uma patrulha da polícia perto da cidade portuária de Latakia. Isso desencadeou combates entre grupos associados ao governo e forças leais a Assad, resultando em centenas de vítimas civis.

Governo interino promete punições e investigações

O porta-voz do Ministério da Defesa sírio, coronel Hassan Abdel-Ghani, declarou que as forças de segurança continuarão perseguindo células adormecidas e antigos aliados do regime de Assad envolvidos na insurreição.

"Para os remanescentes do regime derrotado e seus oficiais em fuga, nossa mensagem é clara: se retornarem, encontrarão homens que não sabem recuar e que não terão piedade daqueles cujas mãos estão manchadas com o sangue dos inocentes", afirmou Abdel-Ghani.

Diante de denúncias de ataques de retaliação contra civis da minoria alauíta, o presidente interino Ahmad Al-Sharaa garantiu que esses casos serão investigados e os responsáveis punidos. Ele anunciou a criação de um comitê para apurar os abusos cometidos durante a operação militar.

Reação internacional condena os ataques

A Comissão Europeia expressou preocupação com a escalada da violência na Síria, condenando os ataques contra civis. "Os relatos são horrendos. Exigimos que os responsáveis sejam levados à justiça", declarou um porta-voz da instituição.

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado, Marco Rubio, pediu às autoridades sírias que responsabilizem os envolvidos nos massacres e reafirmou o apoio do país às minorias religiosas e étnicas da Síria, incluindo as comunidades cristã, drusa, alauíta e curda.

O novo governo da Síria, liderado por Ahmad Al-Sharaa e seu grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), assumiu o poder em dezembro, encerrando mais de meio século de governo da família Assad. No entanto, a instabilidade e os desafios políticos continuam a dificultar a reconstrução do país.



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