O dólar opera em alta nesta quinta-feira (6), após iniciar o dia com viés de queda no mercado à vista. A valorização da moeda norte-americana acompanha o movimento global de ajuste frente às divisas emergentes ligadas a commodities, refletindo preocupações inflacionárias e incertezas sobre o crescimento da economia dos Estados Unidos. Esses receios foram intensificados pelas novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que devem afetar produtos brasileiros, como aço e alumínio, cuja sobretaxa tem previsão de entrar em vigor na próxima quarta-feira (12).
O vice-presidente Geraldo Alckmin participará de uma videoconferência às 17h30 com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para discutir os impactos dessas medidas e negociar possíveis flexibilizações, especialmente no setor do etanol, também afetado pelas sanções comerciais.
Além do cenário externo, o mercado interno registra um movimento de realização após a forte queda de 2,71% do dólar frente ao real ontem, revertendo parte da alta acumulada de 3,24% na semana passada.
No cenário internacional, a lira turca mostrou valorização pontual após o Banco Central da Turquia reduzir a taxa de juros em 2,5 pontos percentuais, para 42,5%, pela terceira reunião consecutiva. Paralelamente, o dólar recua frente a seus pares principais no exterior, limitando o avanço interno da moeda. O mercado acompanha as projeções de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) ao longo do ano, especialmente após dados fracos de emprego privado nos EUA.
O Banco Central Europeu (BCE) também está no radar dos investidores, com expectativa de um possível corte na taxa básica de 2,75% para 2,50%, diante do baixo crescimento econômico da zona do euro e da tendência de inflação convergindo para a meta de 2% até o final do ano. Dados recentes mostram que as vendas no varejo da região caíram 0,3% em janeiro, abaixo da previsão de estabilidade.
No Brasil, os investidores acompanham os números da inflação. O IPC-S acelerou para 1,18% em fevereiro, vindo de 0,02% em janeiro, mas ainda abaixo da mediana projetada de 1,21%. Já o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,51% no mês passado, acima da previsão de 0,45%, mostrando uma aceleração em relação aos 0,24% registrados em janeiro.