06/10/2025 22:18:54

Economia
09/03/2025 10:00:00

Balança comercial registra primeiro déficit mensal desde janeiro de 2022

Balança comercial registra primeiro déficit mensal desde janeiro de 2022

O Brasil registrou um déficit comercial de US$ 323,7 milhões em fevereiro, marcando o primeiro saldo negativo desde janeiro de 2022. O resultado foi pressionado pela importação de plataformas de petróleo e pela queda nos preços de commodities como ferro, petróleo, soja e açúcar. Esse desempenho representa o pior fevereiro da série histórica iniciada em 1989. No mesmo mês de 2024, a balança comercial havia registrado um superávit de US$ 5,13 bilhões.

Superávit acumulado no bimestre tem forte queda

Com o desempenho negativo de fevereiro, o superávit acumulado nos dois primeiros meses de 2025 caiu para US$ 1,934 bilhão, uma redução de 82,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse é o menor saldo para o bimestre desde 2021, quando o superávit foi de US$ 1,616 bilhão.

Exportações caem e importações disparam

O Brasil exportou US$ 22,929 bilhões em fevereiro, uma queda de 1,8% na comparação anual. Já as importações totalizaram US$ 23,253 bilhões, um aumento expressivo de 27,6%. A principal responsável pelo crescimento das compras externas foi a aquisição de uma plataforma de petróleo de US$ 2,7 bilhões. Sem essa importação, o valor total das compras teria ficado em US$ 20,6 bilhões, dentro da média histórica para o mês.

Preço de commodities impacta desempenho das exportações

A redução nos preços internacionais de ferro, petróleo, soja e açúcar influenciou a queda no valor exportado, apesar do aumento das vendas de produtos como café, celulose e carne bovina. Em volume, as exportações cresceram 1,4%, impulsionadas por combustíveis, açúcares e veículos, mas o preço médio das mercadorias caiu 3,6% em relação a fevereiro de 2024.

Importações são impulsionadas por petróleo e veículos

As importações aumentaram 20,2% em quantidade, enquanto os preços médios caíram 6,1%. Além da aquisição de plataformas de petróleo, houve crescimento nas compras de motores e veículos, refletindo uma recuperação da demanda interna.

Setores apresentam desempenhos distintos

No setor agropecuário, o volume exportado caiu 0,8%, mas os preços médios subiram 2%. Já na indústria extrativa, que inclui petróleo e minérios, a quantidade exportada recuou 11,7%, acompanhada de uma queda de 17,8% nos preços. A indústria de transformação foi a exceção, com aumento de 7% no volume exportado e alta de 0,8% nos preços médios.

Estimativas para 2025 indicam superávit menor

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços prevê um superávit comercial entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões para 2025, com exportações variando entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões e importações entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões. Já o Boletim Focus, do Banco Central, projeta um superávit de US$ 76,8 bilhões para o ano. Em 2024, o saldo positivo da balança comercial foi de US$ 74,176 bilhões, resultado de exportações de US$ 337,046 bilhões e importações de US$ 262,869 bilhões.