Trump ameaça sanções à Rússia caso ataques contra a Ucrânia continuem

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu nesta sexta-feira (7) que pode impor sanções e tarifas à Rússia se o país não interromper seus ataques contra a Ucrânia. Apesar de afirmar que considera “mais fácil” negociar com Moscou do que com Kiev, Trump declarou que está avaliando medidas financeiras severas até que um cessar-fogo e um acordo de paz sejam alcançados. “Dado que a Rússia está intensificando seus ataques contra a Ucrânia neste momento, estou considerando seriamente impor sanções financeiras de grande escala e tarifas à Rússia até que um Cessar-Fogo e um Acordo de paz definitivo sejam atingidos”, escreveu o presidente norte-americano em sua rede Truth Social.

Suspensão de imagens de satélite e ofensiva russa

Mais tarde, Trump reforçou que lidar com a Ucrânia tem sido um desafio ainda maior do que negociar com a Rússia. Como parte das ações dos EUA, Washington decidiu suspender o acesso de Kiev às imagens de satélite comerciais, utilizadas pelas forças ucranianas para monitorar os movimentos do exército russo e avaliar danos causados pelos bombardeios. Paralelamente, a Ucrânia foi alvo de um ataque em grande escala durante a madrugada desta sexta-feira, com pelo menos 58 mísseis e 194 drones russos, segundo o exército ucraniano. Para se defender, Kiev empregou os caças franceses Mirage 2000, recentemente fornecidos pela França, que, segundo o presidente Volodimir Zelensky, tiveram um “desempenho excelente” nos combates.

Zelensky pede fim dos ataques e aceleração de negociações

Após a recente troca de farpas com Trump na Casa Branca, que resultou na suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Zelensky voltou a apelar pelo fim imediato dos bombardeios russos. Em uma publicação na plataforma X, ele defendeu que a única forma de alcançar a paz é pressionar Moscou a interromper seus ataques. “Os primeiros passos para estabelecer uma paz real devem ser forçar a Rússia a cessar esses ataques”, escreveu, sugerindo uma “proibição” do uso de mísseis, drones de longo alcance e bombas aéreas.

Impactos dos ataques e cenário de guerra

As forças ucranianas relataram a derrubada de 134 alvos inimigos, incluindo 34 mísseis e 100 drones, durante a ofensiva noturna. Alarmes de ataques aéreos soaram por todo o país, e diversas regiões sofreram danos e feridos. Em Kharkiv, no nordeste do país, cinco pessoas ficaram feridas, e equipes de resgate conseguiram retirar uma mulher com vida dos escombros. Em Ternopil, no oeste, uma instalação industrial foi atingida por mísseis russos, embora sem registros de vítimas. A região de Odessa também sofreu ataques, resultando em incêndios em três edifícios residenciais e em infraestrutura crítica.

Europa fortalece defesa em meio à incerteza sobre apoio dos EUA

Com a recente crise entre Trump e Zelensky e a suspensão do auxílio militar americano, a situação das forças ucranianas tem se agravado, especialmente na província russa de Kursk, área que Kiev esperava utilizar como vantagem em negociações futuras. Diante da incerteza sobre o futuro do apoio militar dos Estados Unidos à Europa, os 27 líderes da União Europeia anunciaram na última quinta-feira um novo plano estratégico chamado ReArm Europe, que visa mobilizar 800 bilhões de euros (aproximadamente 4,97 trilhões de reais) para fortalecer as capacidades de defesa do bloco.