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Acidente
08/03/2025 05:00:00

Mulheres marcham contra racismo, machismo e fascismo neste sábado em Brasília

Mulheres marcham contra racismo, machismo e fascismo neste sábado em Brasília

Neste sábado (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres, moradoras do Distrito Federal e Entorno se reúnem em uma marcha em defesa dos direitos das mulheres e contra o racismo, machismo e fascismo. A concentração acontece na Torre de TV a partir das 13h, com a caminhada seguindo em direção à Rodoviária do Plano Piloto às 15h. O lema da mobilização deste ano é: “Ainda estamos aqui! Pela vida de todas as mulheres, contra o machismo, o racismo e o fascismo! Sem anistia!”.

A programação conta com apresentações musicais, discursos de representantes e aliados da luta feminina, além de rodas de conversa sobre diversos temas. O evento tem o apoio de sindicatos, movimentos e coletivos, e faz parte de uma agenda de atividades que serão realizadas ao longo do mês de março.

Entre as reivindicações do 8M Unificadas DF e Entorno estão a solidariedade às mulheres em zonas de conflito, a defesa de cotas para pessoas trans e povos originários em universidades e concursos públicos, o fim da jornada 6×1, e a criação de políticas públicas que atendam às demandas de cuidado com crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e enfermos, evitando que essa sobrecarga recaia exclusivamente sobre as mulheres.

O manifesto do grupo também critica falhas nas políticas públicas do governo distrital, apontando que a falta de investimentos impacta diretamente a vida das mulheres. Segundo o texto, mulheres negras enfrentam insegurança alimentar, mortalidade materna, feminicídio, desemprego e racismo ambiental, enquanto a Secretaria da Mulher não apresenta ações concretas para melhorar a situação das mulheres periféricas.

A precarização dos serviços públicos também é um dos temas abordados na manifestação. De acordo com o documento, a saúde no DF está cada vez mais privatizada, creches e escolas enfrentam superlotação e a falta de vagas limita as oportunidades de trabalho e desenvolvimento para as mulheres. O movimento denuncia esse descaso e cobra soluções imediatas.

A importância do 8 de março

O Dia Internacional de Luta das Mulheres, celebrado anualmente em 8 de março, surgiu no início do século XX e se tornou um marco na luta feminina. Inicialmente impulsionada por operárias e mulheres socialistas, a data foi reconhecida oficialmente pela ONU em 1975 e, hoje, é comemorada em mais de 100 países como um momento de mobilização por mais direitos.

Entre as principais pautas do movimento estão a luta pelos direitos reprodutivos, o combate ao feminicídio, abuso sexual e assédio, a equiparação salarial, a descriminalização do aborto, e a igualdade racial e de gênero. Para Thaisa Magalhães, secretária de Mulheres da CUT-DF, a data continua sendo fundamental, pois, apesar da promessa constitucional de igualdade, o machismo e o racismo ainda estruturam as relações sociais e econômicas do país.

Renata Parreira, pedagoga, especialista em História e Cultura Africana e ativista de direitos humanos, reforça a relevância da luta. “O Brasil ainda enfrenta uma desigualdade de gênero muito acentuada, especialmente para as mulheres negras”, destaca. Segundo a militante da Marcha das Mulheres Negras e do Coletivo Candance, apesar de outras datas importantes, como o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o 8 de março é um momento de união entre diferentes movimentos feministas. “Temos muitas pautas em comum e precisamos estar juntas na luta por equidade, participação política e ocupação de espaços”, afirma.



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