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Mundo
08/03/2025 00:00:00

Governo Trump ameaça deportar 240 mil ucranianos que fugiram da guerra

Governo Trump ameaça deportar 240 mil ucranianos que fugiram da guerra

Refugiados ucranianos que buscaram segurança nos Estados Unidos após escaparem da guerra contra a Rússia podem enfrentar a revogação do status humanitário que garante sua permanência no país. A administração do presidente Donald Trump prepara uma medida que pode retirar a proteção temporária de cerca de 240 mil ucranianos, expondo-os ao risco de deportação imediata, segundo fontes próximas ao governo. A expectativa é que o anúncio oficial aconteça em abril, conforme informações divulgadas pela agência Reuters.

Essa possível decisão integra um plano mais amplo voltado para encerrar programas de acolhimento humanitário implementados durante a gestão do ex-presidente Joe Biden. Atualmente, esses programas beneficiam mais de 1,8 milhão de migrantes, incluindo aproximadamente 530 mil cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, que também correm o risco de perder suas autorizações temporárias de permanência.

Um e-mail interno do ICE (Serviço de Imigração e Controle Alfandegário), obtido pela Reuters, detalha que migrantes sem status legal vigente poderão ser inseridos em processos de deportação rápida. No caso daqueles que ingressaram nos EUA por meio de portos oficiais, mas sem terem sido formalmente "admitidos", não há prazo máximo estabelecido para a remoção do país.

Apesar das informações, a Casa Branca afirma que ainda não houve uma decisão definitiva. “Nenhuma decisão foi feita neste momento”, declarou Karoline Leavitt, secretária de imprensa, em publicação na plataforma X, antigo Twitter. O Departamento de Segurança Interna também afirmou que não há novos anúncios relacionados ao tema.

Entre os possíveis afetados está Liana Avetisian, que deixou Kiev em maio de 2023 e atualmente vive com a família em DeWitt, Iowa. Ex-profissional do setor imobiliário na Ucrânia, hoje trabalha na montagem de janelas, enquanto o marido atua na construção civil. Com o status de permanência prestes a expirar em maio, a família enfrenta grande apreensão sobre o futuro. “Não sabemos o que fazer”, relatou Liana.

Além dos refugiados ucranianos, a medida também atinge aliados dos EUA, como Rafi, ex-oficial de inteligência do Afeganistão que colaborou com tropas americanas. Ele entrou legalmente nos EUA em janeiro de 2024, mas teve seu status revogado após uma verificação de rotina em fevereiro. “Eu não esperava esse comportamento deles”, afirmou.