Em uma breve mensagem de áudio divulgada nesta quinta-feira (6), o papa Francisco agradeceu "de todo coração" as orações dedicadas a ele desde o dia 24 de fevereiro, quando fiéis passaram a se reunir todas as noites na praça de São Pedro, no Vaticano, em intenção à sua recuperação. Com voz visivelmente cansada e respiração entrecortada, o pontífice expressou sua gratidão: “Agradeço de todo coração as orações que fazem pela minha saúde desde a praça, os acompanho daqui. Que Deus os abençoe e que a Virgem os cuide. Obrigado.”
A mensagem, com apenas 27 segundos de duração, foi recebida com aplausos pelas centenas de fiéis que participavam do início do Rosário na praça. Aos 88 anos, o líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos está internado desde 14 de fevereiro no hospital Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com bronquite que evoluiu para uma dupla pneumonia. Desde então, ele não participou de aparições públicas nem teve imagens divulgadas.
No último domingo, Francisco já havia agradecido as preces em uma mensagem escrita, durante mais um Angelus do qual esteve ausente, somando três semanas sem participar da tradicional oração dominical.
Ao completar 21 dias de hospitalização, o Vaticano informou que o estado de saúde do papa segue estável, sem apresentar febre ou novas crises respiratórias desde a última segunda-feira (4). Mesmo assim, os médicos ainda mantêm o prognóstico como reservado, monitorando sua evolução com cautela.
Durante o período de internação, o papa tem dividido o tempo entre descanso, orações e atividades leves de trabalho, além de sessões de fisioterapia respiratória e motora. Esta é a quarta internação de Francisco desde 2021 e a mais prolongada, reforçando as preocupações com seu estado de saúde, já fragilizado por cirurgias anteriores no cólon e no abdômen, além das dificuldades de locomoção.
A condição do pontífice também reacendeu discussões sobre sua capacidade de seguir à frente da liderança da Igreja Católica. Apesar das especulações, Francisco, que já havia descartado a possibilidade de renúncia como fez seu antecessor Bento XVI em 2013, segue no cargo, embora tenha se ausentado de compromissos importantes, como a missa de imposição de Cinzas, que abriu oficialmente a Quaresma.
Com a Páscoa se aproximando, ainda não há confirmação se o papa permanecerá hospitalizado até a celebração da principal data do calendário cristão. Enquanto isso, o Vaticano segue atualizando diariamente seu estado de saúde, que, por ora, permanece estável, mas sob constante observação.