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Acidente
07/03/2025 02:00:00

Novo governo da Síria promete eliminar arsenal químico e pede apoio internacional

Novo governo da Síria promete eliminar arsenal químico e pede apoio internacional

Três meses após a queda de Bashar al-Assad, o novo governo da Síria anunciou o compromisso de destruir completamente o arsenal químico do país e solicitou ajuda da comunidade internacional para realizar a eliminação segura dessas armas. O antigo regime foi acusado de utilizar armamentos químicos em pelo menos 20 ataques ao longo dos 13 anos de guerra civil que devastaram o território sírio.

Durante o conflito, o governo de Assad foi responsabilizado em diversas ocasiões pelo uso de agentes químicos como cloro, gás sarin e gás mostarda contra civis e combatentes rebeldes. Apesar das repetidas acusações, o regime sempre negou a autoria dos ataques. De acordo com investigações da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW), há indícios concretos do uso desses agentes em diferentes operações militares.

Sob intensa pressão internacional, em 2013 a Síria aderiu à Convenção sobre Armas Químicas, que proíbe a produção, transferência e uso desses armamentos. A adesão ocorreu logo após o ataque com gás sarin na região de Ghouta, controlada por rebeldes na época, que resultou na morte de centenas de pessoas. Embora Damasco tenha aceitado entregar seu estoque declarado para destruição, a OPCW sempre expressou dúvidas quanto à integridade das informações fornecidas e relatou dificuldades no trabalho de seus inspetores durante mais de uma década.

Após a queda do antigo governo em dezembro, a OPCW reforçou sua preocupação com o risco que o arsenal químico sírio ainda representa, principalmente diante da instabilidade política no país. Inicialmente, a Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), grupo islamista que assumiu o controle, afirmou que garantiria a proteção dos estoques químicos.

No entanto, pouco tempo depois, forças israelenses realizaram bombardeios em locais estratégicos da Síria, alegando que o objetivo era impedir que armas químicas fossem capturadas por grupos extremistas. Segundo a OPCW, esses ataques podem ter comprometido investigações ao destruir provas importantes sobre a localização e o volume do arsenal ainda existente.

Agora, o novo governo sírio busca o apoio de organismos internacionais para concluir a eliminação das armas químicas remanescentes e encerrar de vez um dos capítulos mais condenados da guerra civil no país.