Bolsas da Europa fecham em forte queda com impacto de tarifas impostas por Trump

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira (4) com quedas expressivas, refletindo a preocupação dos mercados diante da entrada em vigor das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra México, Canadá e China. Os temores em torno dos efeitos dessas medidas acabaram pesando mais do que a perspectiva de aumento dos investimentos da União Europeia (UE) no setor de defesa.

Em Londres, o índice FTSE 100 recuou 1,27%, encerrando aos 8.759,00 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 3,53%, a 22.328,91 pontos. O CAC 40, em Paris, teve baixa de 1,85%, a 8.047,92 pontos. Já o Ibex 35, em Madri, perdeu 2,49%, a 13.039,60 pontos. O PSI 20, de Lisboa, fechou com queda de 1,64%, a 6.700,33 pontos, e em Milão, o FTSE MIB desvalorizou 3,41%, a 37.736,16 pontos. Os números são preliminares.

Deutsche Bank alerta para impacto no crescimento europeu

Em análise, o Deutsche Bank apontou que a Europa deve se preparar para “um grande golpe em seu crescimento já enfraquecido”, à medida que as tarifas impostas pelos EUA ganham força. O banco destacou que, mesmo com menor dependência do mercado americano em comparação a países vizinhos dos EUA, a pressão tarifária pode reduzir em até 1 ponto percentual o Produto Interno Bruto (PIB) da região. Segundo a instituição, o cenário indica mudanças profundas na ordem econômica global, com a expectativa de que tarifas de 25% sejam aplicadas também sobre produtos europeus.

Montadoras europeias sofrem fortes perdas

Entre os setores mais afetados, destaque para as principais montadoras europeias, que registraram quedas expressivas. Os papéis da Ferrari caíram 3,95%, enquanto Mercedes-Benz recuou 5,34%, Volkswagen teve baixa de 2,28%, Stellantis despencou 10,67% e Renault fechou em queda de 4,85%.

Investidores ainda observam oportunidades na Europa

Apesar das preocupações, o Swissquote Bank destacou que investidores vêm preferindo ativos europeus em detrimento dos americanos, diante do receio com o crescimento econômico mais fraco nos EUA devido às tarifas. Além disso, a expectativa em torno de novos aportes no setor de defesa europeu pode ajudar a manter parte do otimismo nos mercados.

Nesse sentido, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou a proposta do plano "REARM Europe", com investimento previsto de 800 bilhões de euros, voltado ao fortalecimento da capacidade de defesa da União Europeia, iniciativa que poderá estimular o apetite por risco no continente.