Os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em jovens registraram aumento de 15%, acendendo um alerta sobre suas causas e prevenção. Segundo um estudo publicado pela revista científica The Lancet Neurology, o crescimento global entre pessoas com menos de 70 anos foi de 14,8%. No Brasil, dados da Rede Brasil AVC mostram que cerca de 18% dos casos ocorrem em indivíduos entre 18 e 45 anos.
Sedentarismo, alimentação inadequada e fatores genéticos estão entre os principais responsáveis
De acordo com a pesquisa, esse aumento está diretamente ligado a hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, alimentação desbalanceada e excesso de peso, que podem desencadear doenças como diabetes e hipertensão mesmo em pessoas mais jovens. Além dos comportamentos de risco, questões genéticas e hereditárias também contribuem, incluindo doenças hematológicas e condições familiares predisponentes.
Identificar os sinais de alerta é fundamental para garantir o socorro rápido
A médica fisiatra Prof.ª Dra. Matilde Sposito, especialista em bloqueios neuroquímicos para o tratamento de sequelas do AVC e com atuação em Sorocaba (SP), destaca a importância do reconhecimento dos primeiros sinais do acidente, já que o AVC é considerado uma emergência tempo-dependente. Segundo ela, quanto mais precoce for o atendimento, maiores são as chances de recuperação.
Os principais sinais de AVC incluem:
“Agir rapidamente tanto no momento do AVC quanto no início do tratamento é essencial para minimizar sequelas permanentes”, reforça a médica.
Fisiatria desempenha papel fundamental na recuperação após o AVC
A Fisiatria é a área da medicina dedicada à reabilitação motora de pacientes que sofreram AVC. O objetivo do tratamento é estimular a reorganização do cérebro para recuperar funções afetadas, aliviar dores e garantir mais qualidade de vida. Entre as abordagens utilizadas estão fisioterapia, acupuntura, hidroterapia, RPG, pilates e cinesioterapia.
A especialista destaca também o uso de bloqueios neuroquímicos com toxina botulínica para tratar sequelas como a espasticidade, que provoca rigidez muscular e limita os movimentos.
Além da reabilitação física, o suporte emocional e social é indispensável. “A recuperação vai além do corpo. Apoio psicológico e incentivo à socialização são fundamentais para evitar quadros de depressão e ansiedade após um AVC”, explica Matilde Sposito.
Segundo a fisiatra, o tratamento deve ser amplo, envolvendo diferentes recursos terapêuticos e adaptações na rotina, com foco em devolver autonomia e bem-estar ao paciente.
Tipos de AVC: isquêmico e hemorrágico
Os AVCs são divididos em dois tipos principais. O AVC isquêmico, responsável por cerca de 85% dos casos, ocorre quando há obstrução de artérias cerebrais, interrompendo o fluxo sanguíneo. Já o AVC hemorrágico é provocado pelo rompimento de vasos sanguíneos, causando hemorragia cerebral e apresentando maior gravidade e índices elevados de mortalidade.
Diante desse cenário, reforça-se a importância da prevenção por meio de hábitos saudáveis, acompanhamento médico e atenção aos sinais de alerta, mesmo entre os mais jovens.