Trump ameaça deportar estudantes estrangeiros e prender americanos envolvidos em "protestos ilegais" nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (4), por meio de sua rede social Truth, que irá suspender todo o financiamento federal de escolas e universidades que permitirem a realização de "manifestações ilegais". Sem detalhar quais protestos seriam alvo da medida, Trump declarou que "agitadores serão presos e/ou deportados permanentemente para seus países de origem" e acrescentou que estudantes americanos também poderão ser expulsos ou até presos, dependendo da gravidade de seus atos.

Manifestações pró-Palestina sob ataque

Embora não tenha especificado quais manifestações pretende coibir, Trump já havia criticado fortemente os protestos pró-Palestina que ocorreram em diversas universidades dos Estados Unidos no ano passado. Na segunda-feira (3), o governo americano chegou a considerar o cancelamento de contratos avaliados em mais de US$ 50 milhões (cerca de R$ 300 milhões) com a Universidade Columbia, em Nova York, alegando que a instituição não estaria garantindo a segurança de seus estudantes judeus.

Reformas no sistema educacional e fim do Departamento de Educação

Em meio ao embate com universidades, Trump reforçou sua proposta de reformular o sistema educacional dos EUA, defendendo a redução da participação federal e a transferência de maior autonomia para os estados. O bilionário chegou a declarar sua intenção de extinguir o Departamento de Educação e, como parte dessa estratégia, nomeou nesta terça-feira Linda McMahon — ex-diretora da principal empresa de luta livre dos Estados Unidos — para chefiar a pasta.

Financiamento federal e políticas contra diversidade

Apesar da descentralização do ensino nos EUA, o governo federal exerce influência significativa por meio dos recursos destinados a escolas, especialmente em áreas carentes e para estudantes com dificuldades de aprendizagem. Ao longo de sua gestão, Trump já cortou verbas de programas voltados para políticas de diversidade e iniciativas voltadas ao público transgênero.

Educação como foco de disputa política

A educação tem sido um dos principais temas de confronto político nos Estados Unidos, principalmente para setores conservadores, que acusam escolas e universidades de promoverem ideias "woke" — termo usado de forma pejorativa para se referir a pautas progressistas ligadas a questões raciais e de gênero. Em estados conservadores do Sul do país, já existem restrições sobre o conteúdo educacional relacionado a temas como racismo e sexualidade, em linha com o projeto de Trump de limitar a atuação federal no setor.