Portugal reafirma "apoio inabalável" à Ucrânia em busca de "paz justa e duradoura"

Após o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perante o Congresso, no qual demonstrou otimismo sobre um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, reforçou publicamente o compromisso português ao lado de Kiev. Em publicação na rede social X, nesta terça-feira, Montenegro informou ter conversado com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e destacou que o cenário atual "exige uma coordenação estreita de posições".

Segundo o premiê português, em véspera da reunião extraordinária do Conselho Europeu em Bruxelas, que deve contar com a presença de Zelenskyy e terá como foco o reforço do apoio à Ucrânia e os investimentos em defesa por parte da União Europeia (UE), Portugal reitera seu "apoio inabalável" ao país na busca por uma "paz justa e duradoura".

Portugal evita comentários sobre discurso de Trump, mas reforça apoio a Kiev

Procurado para comentar oficialmente o primeiro discurso de Trump no Congresso durante seu segundo mandato, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal preferiu não se pronunciar. No entanto, antes mesmo da recente fala do presidente norte-americano, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, já havia demonstrado solidariedade à Ucrânia após o embate verbal ocorrido na Casa Branca entre Trump e Zelenskyy na última sexta-feira. Em mensagem publicada também na rede social X, Rangel afirmou que entrou em contato com seu homólogo ucraniano para reforçar que "a Ucrânia e o povo ucraniano podem contar com Portugal".

Crise interna: governo de Montenegro enfrenta moção de censura em meio a polêmica empresarial

Além das tensões no cenário internacional, o governo de Luís Montenegro também lida com pressões internas. O executivo enfrenta duras críticas relacionadas aos negócios da empresa familiar Spinumviva, que, embora tenha sido transferida para a administração dos filhos do primeiro-ministro, continua gerando questionamentos da oposição. Em foco estão pagamentos feitos à Spinumviva pelo grupo Solverde, responsável pela gestão de hotéis e cassinos em Portugal, que, diante da repercussão, decidiu encerrar o contrato para preservar sua imagem.

Diante desse contexto, o parlamento português vota, nesta quarta-feira, uma moção de censura ao governo da Aliança Democrática (AD), proposta pelo Partido Comunista. Apesar disso, a expectativa é que a iniciativa não prospere, já que o Partido Socialista declarou que não apoiará a medida.

Ainda assim, os socialistas informaram que irão solicitar a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso envolvendo a Spinumviva. Em resposta, Luís Montenegro anunciou a intenção de apresentar uma moção de confiança ao parlamento, o que poderá definir o futuro do seu governo.