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Acidente
05/03/2025 11:00:00

Correios acumulam prejuízo de R$ 1 bilhão nos dois primeiros meses de 2025

Correios acumulam prejuízo de R$ 1 bilhão nos dois primeiros meses de 2025

Os Correios enfrentam um cenário financeiro delicado, com prejuízo acumulado de R$ 1 bilhão apenas nos dois primeiros meses de 2025. O resultado reforça a sequência de dificuldades enfrentadas pela estatal, que já havia encerrado 2024 com perdas de R$ 2,13 bilhões, impactada principalmente pelos efeitos do programa “Remessa Conforme”, que reduziu a receita em R$ 2,2 bilhões devido à queda no volume de importações e à perda de exclusividade no segmento internacional.

A estatal também enfrenta aumento nos custos operacionais, perda de clientes e instabilidade provocada por discussões sobre privatização e mudanças contábeis adotadas nos últimos anos, fatores que agravaram ainda mais a crise financeira. Apesar disso, os Correios buscam alternativas para reestruturação e recuperação, com foco em manter a sustentabilidade e atender às demandas da população.

Programa Remessa Conforme e custos operacionais pressionam resultados

Entre as principais causas do prejuízo, destaca-se o impacto do programa Remessa Conforme, que reduziu expressivamente o volume de encomendas internacionais, prejudicando a competitividade da estatal e gerando perdas bilionárias em receita.

Outro fator relevante foram as mudanças contábeis, como a adoção do CPC 33, que aumentou as provisões para benefícios pós-emprego e afeta os resultados desde 2013. Além disso, os custos operacionais cresceram 7% entre julho e setembro de 2024, enquanto a receita caiu 2%, evidenciando o descompasso financeiro.

Prejuízo compromete serviços e ameaça universalização postal

Os efeitos do prejuízo impactam diretamente a qualidade e continuidade dos serviços prestados pelos Correios. Entre os principais reflexos estão:

  1. Redução da capacidade operacional, limitando investimentos em infraestrutura e tecnologia e dificultando melhorias nos prazos e eficiência das entregas.
  2. Aumento nas tarifas postais, com a possibilidade de repasse dos custos ao consumidor, tornando os serviços menos competitivos diante de empresas privadas.
  3. Risco à universalização do serviço postal, com ameaça à manutenção das operações em regiões remotas ou de baixa rentabilidade.
  4. Perda de competitividade internacional, agravada pela queda nas importações e pela perda de vantagens no mercado global.
  5. Incertezas sobre o futuro da estatal, reacendendo debates sobre privatização e alternativas para garantir a sustentabilidade da empresa.

Mesmo diante dos desafios, os Correios seguem implementando um plano de reestruturação com foco na modernização dos serviços e recuperação financeira. No entanto, especialistas apontam que a superação da crise dependerá de ações conjuntas entre o governo e a gestão da estatal para corrigir problemas estruturais e garantir a viabilidade da empresa no longo prazo.



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