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Economia
04/03/2025 21:00:00

Brasil bate recorde e perde quase meio trilhão com comércio ilícito em 2024

Brasil bate recorde e perde quase meio trilhão com comércio ilícito em 2024

O contrabando, a falsificação e a pirataria continuam avançando de forma acelerada no Brasil. No Dia Nacional de Combate ao Contrabando e Descaminho, celebrado em 3 de março, o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) destacou os impactos negativos da ilegalidade no país.

De acordo com levantamento realizado pelo FNCP, apenas em 2024, as atividades ilegais em 15 setores da economia provocaram um prejuízo de R$ 468,3 bilhões. Esse valor engloba perdas para a indústria, que somam R$ 327,8 bilhões, e a evasão fiscal, estimada em R$ 140,4 bilhões. O resultado representa um aumento de 62% em comparação a 2020, com quase R$ 200 bilhões a mais em perdas, pressionando ainda mais a indústria nacional e a arrecadação de impostos.

Segundo Edson Vismona, presidente do FNCP, o avanço do mercado ilegal no Brasil já se tornou um problema estrutural que precisa ser enfrentado com urgência. "Em uma década, as perdas mais que quadruplicaram e o ritmo de crescimento segue acelerado. Trata-se de um sistema que não apenas drena recursos da economia formal, mas também fortalece o crime organizado e desestabiliza setores inteiros da indústria nacional. Quando o produto legal fica mais caro, isso favorece o ilícito e fortalece o crime organizado", explica.

Setores mais afetados pelo comércio ilegal

Os prejuízos causados pelo contrabando e falsificação atingem diversos setores da economia. O segmento de vestuário lidera as perdas, com R$ 87,3 bilhões em 2024. Logo depois aparecem o setor de bebidas alcoólicas, com R$ 85,2 bilhões, seguido pelos combustíveis (R$ 29 bilhões) e produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (R$ 21 bilhões). Os cigarros (R$ 8,8 bilhões) e os celulares (R$ 9,7 bilhões) também figuram entre os itens mais impactados.

Cigarro ilegal lidera as apreensões e fortalece o crime organizado

O cigarro contrabandeado continua sendo um dos negócios mais lucrativos para organizações criminosas, que encontram baixo risco e punições brandas para essa prática. Em 2024, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 59 milhões de maços ilegais em território nacional. O produto também ocupa a liderança nas apreensões realizadas pela Receita Federal.

Apesar dos esforços de fiscalização, o crime organizado segue dominando esse mercado, oferecendo mercadorias sem controle sanitário e burlando o sistema tributário. Dados do IPEC revelam que, só em 2024, facções criminosas movimentaram cerca de R$ 9 bilhões com a venda de cigarros ilegais, gerando um prejuízo de R$ 7,2 bilhões em evasão fiscal. Esses números reforçam a necessidade de ações mais rigorosas para conter o avanço da ilegalidade e proteger a economia formal.



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