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03/03/2025 06:00:00

Ministério da Saúde recomenda suplementação de cálcio para todas as gestantes visando prevenir eclâmpsia

Ministério da Saúde recomenda suplementação de cálcio para todas as gestantes visando prevenir eclâmpsia

Com o objetivo de reduzir os índices de morbimortalidade materna e infantil, o Ministério da Saúde passou a recomendar a suplementação de cálcio para todas as gestantes do país. A medida, que será implementada no pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), tem como foco a prevenção da pré-eclâmpsia e eclâmpsia — condições relacionadas à hipertensão e que estão entre as principais causas de partos prematuros e mortes maternas e fetais.

A nova orientação tem um olhar especial para gestantes negras e indígenas, que concentram a maior parte dos óbitos por hipertensão durante a gravidez. Em 2023, cerca de 70% dessas mortes ocorreram entre mulheres pretas e pardas.

Segundo o protocolo, a suplementação deve começar a partir da 12ª semana de gestação, com a ingestão de dois comprimidos diários de carbonato de cálcio 1.250 mg, totalizando 1.000 mg de cálcio elementar por dia — quantidade mínima indicada para reduzir os riscos associados.

Disponibilização no SUS

O carbonato de cálcio já integra a lista de medicamentos da farmácia básica do SUS, mas cabe aos municípios, estados e ao Distrito Federal a responsabilidade pela aquisição e distribuição adequadas para atender toda a demanda de gestantes.

Antes, a recomendação do uso de cálcio era restrita apenas a mulheres com risco identificado, conforme diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) adotadas pelo Brasil desde 2011. A mudança para prescrição universal ocorreu após estudos apontarem que a maioria das mulheres no país consome menos da metade da dose diária ideal de cálcio.

Suplementação combinada

Além do cálcio, gestantes continuam com a suplementação de ácido fólico e ferro, já recomendada desde 2005. É importante lembrar que cálcio e ferro não devem ser ingeridos juntos para não comprometer a absorção de ambos.

Casos de maior risco

Determinadas condições aumentam a probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia, como primeira gestação, gravidez antes dos 18 anos ou após os 40, histórico familiar, obesidade, diabetes, lúpus, gestação múltipla e hipertensão crônica. Nesses casos, além do cálcio, pode ser indicado o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) como forma de prevenção extra, sob acompanhamento médico.

O tema ganhou destaque recentemente após a morte da filha da cantora Lexa, vítima de complicações decorrentes de pré-eclâmpsia com síndrome de Hellp, três dias após o parto prematuro.



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