A missão Blue Ghost, da empresa americana Firefly Aerospace, alcançou seu primeiro pouso lunar neste domingo (02/03). O módulo não tripulado aterrissou com sucesso próximo a uma antiga abertura vulcânica no Mare Crisium, localizado no nordeste da face visível da Lua.
Essa iniciativa integra a parceria entre a Nasa e a indústria privada, com o objetivo de reduzir custos e impulsionar o programa Artemis, que pretende retomar as viagens tripuladas ao satélite natural.
Lançada em janeiro, a Blue Ghost transportou 10 experimentos científicos da Nasa para a superfície lunar. Ao todo, a agência investiu US$ 101 milhões (cerca de R$ 594 milhões) na entrega, além de outros US$ 44 milhões para o desenvolvimento dos estudos.
Segundo Jason Kim, CEO da Firefly Aerospace, a conquista representa um passo importante para garantir acesso constante e seguro à Lua. “Nossa equipe ousada e imparável provou que estamos bem equipados para fornecer acesso confiável e acessível à Lua, e não vamos parar por aí. Com missões lunares anuais, a Firefly está abrindo caminho para uma presença lunar duradoura que ajudará a desbloquear o acesso ao resto do sistema solar para nosso país, nossos parceiros e o mundo”, afirmou.
O módulo lunar, do tamanho aproximado de um carro compacto e sustentado por quatro pernas, carrega equipamentos como um aspirador para coleta e análise da poeira lunar e uma broca capaz de medir temperaturas a até 3 metros de profundidade.
As operações da missão devem durar aproximadamente duas semanas, até o fim do dia lunar, quando o módulo será desligado. Durante esse período, a Blue Ghost também deverá capturar imagens impressionantes, incluindo registros de um eclipse total em 14 de março e de um pôr do sol lunar em 16 de março, para analisar fenômenos como a levitação de poeira sob influência solar.
Com o feito, a Firefly Aerospace se torna a segunda empresa privada a realizar um pouso suave na Lua, seguindo a Intuitive Machines, que conseguiu pousar o módulo Odysseus em 2024, embora com danos em uma das pernas do equipamento, que acabou tombando após o impacto.
A Intuitive Machines, sediada em Houston, planeja um novo pouso lunar para esta quinta-feira, reforçando a presença de iniciativas privadas na exploração espacial.
Até hoje, além dessas empresas, apenas cinco países conseguiram pousar na Lua: União Soviética, Estados Unidos, China, Índia e Japão.