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Acidente
02/03/2025 18:00:00

Israel suspende envio de ajuda humanitária para Gaza e aumenta tensão após fim da trégua

Israel suspende envio de ajuda humanitária para Gaza e aumenta tensão após fim da trégua

Israel anunciou neste domingo (2) a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, decisão que foi duramente criticada pelo Hamas, que considera a medida uma violação do acordo de cessar-fogo firmado anteriormente. Desde o término da primeira fase da trégua, que teve início em 19 de janeiro com mediação do Catar e apoio do Egito e dos Estados Unidos, as negociações para a continuidade do acordo seguem estagnadas. A segunda etapa do processo, que deveria começar neste domingo, ainda não foi implementada.

Israel informou ter aceitado uma proposta de última hora apresentada pelo enviado americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff. O plano previa a extensão da trégua até meados de abril, englobando o período do Ramadã e da Páscoa judaica, além da libertação de todos os reféns mantidos em Gaza, dividida em duas etapas. A segunda fase, no entanto, dependeria de um acordo definitivo para encerrar o conflito.

O Hamas rejeitou a proposta e cobrou o cumprimento da segunda fase do acordo inicial, acusando Israel de descumprir os compromissos firmados. Diante do impasse, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou a suspensão da entrada de mercadorias e suprimentos no território palestino, afirmando que não aceitará um cessar-fogo sem a libertação total dos reféns e advertindo sobre possíveis consequências caso o Hamas mantenha a recusa ao novo quadro de negociações.

A medida provocou críticas do Hamas, que classificou a decisão como chantagem e crime de guerra. O grupo pediu a intervenção de mediadores e da comunidade internacional para pressionar Israel a suspender o bloqueio e cessar as ações punitivas contra a população de Gaza, que enfrenta graves consequências após mais de um ano de conflito iniciado com o ataque do Hamas em outubro de 2023.

O acordo de cessar-fogo previa três fases, com duração de 42 dias cada. Na primeira, 25 reféns foram libertados pelo Hamas e os corpos de outros oito foram devolvidos, em troca da libertação de cerca de 1.800 prisioneiros palestinos. A segunda fase prevê a libertação dos reféns que permanecem em Gaza e o fim da guerra, enquanto a última etapa se voltaria para a reconstrução do território.

Até o momento, o Hamas insiste na aplicação da segunda fase, que envolve a retirada das tropas israelenses de Gaza. Israel, por sua vez, defende a desmilitarização do território e a eliminação do Hamas, gerando um impasse que aumenta o risco de retomada das hostilidades.

Neste domingo, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas informou a morte de quatro pessoas e o ferimento de outras seis em ataques israelenses em diferentes áreas de Gaza. O Exército israelense declarou ter atingido suspeitos que manipulavam explosivos no norte do território, enquanto a Defesa Civil local relatou disparos próximos a Khan Yunis, no sul.

A Cruz Vermelha apelou para que sejam mantidos os esforços em prol da continuidade do cessar-fogo, enquanto a Jihad Islâmica, aliada do Hamas, responsabilizou Israel por sabotar a trégua e alertou para as consequências dessa decisão.



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