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Economia
02/03/2025 08:00:00

Dólar atinge R$ 5,91 após tensão na Casa Branca e nomeação de Gleisi Hoffmann

Dólar atinge R$ 5,91 após tensão na Casa Branca e nomeação de Gleisi Hoffmann

Na véspera do carnaval, o clima foi de preocupação para os investidores que acompanham o mercado financeiro. Nesta sexta-feira, o dólar comercial encerrou o dia com alta de 1,5%, cotado a R$ 5,91. De acordo com especialistas, o avanço da moeda norte-americana foi impulsionado por fatores tanto do cenário internacional quanto do ambiente interno.

Nos Estados Unidos, o encontro entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky foi o principal foco do mercado global. A reunião, realizada em Washington, foi marcada por trocas de declarações ríspidas entre os líderes e terminou sem avanços concretos sobre a guerra no leste europeu, que já dura três anos. Esse impasse gerou maior tensão nos mercados internacionais e elevou a busca por segurança na moeda norte-americana. Como reflexo, o Índice DXY, que mede a força do dólar frente às principais moedas globais, encerrou o dia com alta de 0,35%. Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o aumento foi consequência direta do clima de instabilidade gerado pelo encontro. Para ele, a falta de acordo e as declarações duras trocadas na Casa Branca reduziram as expectativas de uma solução para o conflito e mantiveram elevados os riscos geopolíticos.

No Brasil, a escolha da deputada federal Gleisi Hoffmann para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República trouxe preocupação ao mercado financeiro e intensificou a pressão sobre os ativos domésticos. De acordo com Bruno Shahini, a percepção predominante é de que a nova composição pode dificultar o diálogo do governo com o Congresso, o que aumenta a insegurança política. Na mesma linha, Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, avaliou que a decisão do presidente Lula de manter aliados próximos em posições estratégicas tem gerado dificuldades na articulação política, como ocorreu na primeira parte do atual mandato.

Diante desse cenário de incertezas, a maioria das ações listadas no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em queda. Entre os destaques negativos, os papéis da Marfrig caíram mais de 10%, enquanto as ações da Braskem recuaram 7,11% ao fim do dia. Apesar da instabilidade, a Eletrobras teve desempenho positivo, com alta em suas ações após fechar um acordo com o governo federal que limitou a participação da União no controle da empresa.

Ao final do último pregão de fevereiro, o Ibovespa registrou queda de 1,6%, encerrando aos 122.766 pontos. No acumulado do mês, a bolsa brasileira apresentou recuo de 2,66%, em um período marcado pela combinação de tensão política interna e instabilidade no cenário internacional.



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