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Acidente
01/03/2025 21:30:00

Líderes europeus reforçam apoio a Zelenski após confronto com Trump

Líderes europeus reforçam apoio a Zelenski após confronto com Trump

Os líderes europeus reafirmaram seu apoio ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski após o embate entre ele e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, em um episódio que gerou novos questionamentos sobre os esforços para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.

As declarações das principais autoridades europeias sinalizam um interesse crescente em assumir um papel central no apoio militar a Kiev, além de reforçar a busca por uma solução definitiva para o conflito.

Embate na Casa Branca

O encontro realizado nesta sexta-feira (28/02) em Washington, que inicialmente visava formalizar um acordo econômico para a exploração de recursos minerais estratégicos na Ucrânia, acabou se transformando em uma troca de acusações entre os líderes.

A postura hostil de Trump e de seu vice, J.D. Vance, no Salão Oval da Casa Branca, surpreendeu a diplomacia internacional. Durante a reunião, Zelenski pediu garantias de segurança concretas por parte dos EUA, enquanto Trump sugeriu que a Ucrânia deveria considerar concessões territoriais para alcançar a paz com a Rússia. O presidente ucraniano, no entanto, foi categórico ao recusar essa ideia:

"Não faremos concessões a um assassino", declarou, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin.

Trump, por sua vez, acusou Zelenski de ingratidão e afirmou que o ucraniano estava "apostando na Terceira Guerra Mundial".

A oposição democrata no Senado dos EUA reagiu fortemente, com o líder da minoria democrata, Chuck Schumer, acusando Trump e Vance de "fazerem o trabalho sujo de Putin".

Reação europeia: "Zelenski, você nunca está só"

Logo após o incidente, os líderes da União Europeia reafirmaram seu apoio a Kiev. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, divulgaram um comunicado conjunto incentivando Zelenski:

"Seja forte, seja corajoso, seja destemido. Você nunca está só, querido presidente Zelenski. Continuaremos trabalhando com você por uma paz justa e duradoura."

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, sugeriu que a Europa deveria assumir um papel de liderança na aliança transatlântica:

"O mundo livre precisa de um novo líder. Cabe a nós, europeus, aceitar esse desafio."

O chanceler alemão Olaf Scholz e a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, também reafirmaram o compromisso da Alemanha com a Ucrânia. O provável futuro chanceler federal alemão, Friedrich Merz, publicou:

"Prezado Zelenski, estamos ao lado da Ucrânia nos momentos bons e nos momentos desafiadores. Jamais devemos confundir agressor e vítima nesta guerra terrível."

Líderes de outros países europeus também manifestaram apoio:

Emmanuel Macron (França): "Há um agressor: a Rússia. Há um povo sob ataque: a Ucrânia. Fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos, e continuaremos a fazê-lo."

Pedro Sánchez (Espanha): "Ucrânia, a Espanha está com vocês."

Keir Starmer (Reino Unido): "Nosso apoio à Ucrânia é inabalável."

Giorgia Meloni (Itália): "A divisão não beneficiaria ninguém. Precisamos de uma cúpula imediata com os EUA e aliados para discutir os desafios globais."

Donald Tusk (Polônia): "Caros amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos."

Entre os poucos líderes que se afastaram dessa posição, destaca-se o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que elogiou Trump por "defender bravamente a paz", afirmando:

"Homens fortes fazem a paz, homens fracos fazem a guerra."

Moscou comemora crise entre Zelenski e Trump

O governo russo declarou que a visita de Zelenski aos EUA foi um "fracasso político e diplomático". A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o presidente ucraniano se mostrou "um belicista irresponsável".

O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, celebrou a posição americana:

"Pela primeira vez, Trump disse a verdade na cara do palhaço da cocaína."

Zelenski defende apoio americano: "É crucial"

Diante da escalada de tensão, Zelenski buscou minimizar o atrito com Washington, mas reforçou a necessidade de garantias de segurança:

"Somos muito gratos aos Estados Unidos pelo apoio contínuo. Precisamos da ajuda do presidente Trump. Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém deseja isso mais do que nós."

O líder ucraniano destacou que o acordo sobre minerais é apenas um primeiro passo, mas que sua nação precisa de compromissos mais concretos para garantir a segurança contra futuras agressões russas:

"Nossa situação é difícil, mas não podemos simplesmente parar de lutar sem garantias de que Putin não voltará amanhã."

Zelenski enfatizou que a Europa já demonstrou estar pronta para contribuir com o financiamento militar, mas que os EUA ainda precisam definir qual será seu papel na garantia da segurança ucraniana.

"Uma vez que essas garantias estejam em vigor, podemos conversar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia."