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Acidente
01/03/2025 18:00:00

Soldados amputados escolhem retornar ao front para fortalecer tropas ucranianas

Soldados amputados escolhem retornar ao front para fortalecer tropas ucranianas

Na Ucrânia, soldados que sofreram amputações devido a ferimentos em combate estão retornando ao serviço ativo, reflexo do impacto duradouro da guerra e um sinal de determinação de militares que optam por continuar a defender seu país mesmo após ferimentos graves. Esses veteranos, com próteses modernas no lugar de membros perdidos, estão entre os quase 400 mil ucranianos feridos no conflito, conforme relata a agência Associated Press (AP).

Guerra prolongada e desvantagem numérica pressionam tropas ucranianas

Após mais de três anos de combates, completados no último dia 24 de fevereiro, Kiev enfrenta uma Rússia que ostenta forças superiores em número e em armamentos, enquanto negociações diplomáticas encabeçadas por outras nações sugerem caminhos impossíveis de agradar aos dois lados.

Segundo dados divulgados pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, as tropas ucranianas registraram até agora cerca de 380 mil soldados feridos, com 46 mil mortos. Analistas independentes e serviços de inteligência ocidentais sugerem que Moscou sofreu perdas ainda mais devastadoras, embora o país não divulgue dados.

Uma investigação conjunta da rede BBC e do site MediaZona estima que cerca de 165 mil soldados russos tenham morrido desde o início da guerra. Desses, 95 mil foram identificados nominalmente por meio de redes sociais, relatos de familiares, documentos abertos e veículos de imprensa. Ainda assim, numericamente, Kiev não faz frente ao inimigo nos campos de batalhas, e soldados feridos são uma adição bem-vinda.

Superação física e psicológica: o desafio dos veteranos amputados no campo de batalha

Os desafios enfrentados por esses soldados não são apenas físicos. Adaptar-se à vida com próteses enquanto se luta em um ambiente de guerra exige um ajuste significativo, tanto mental quanto emocional. As próteses, que substituem os membros perdidos, permitem que continuem a executar tarefas militares, embora muitas vezes com novos métodos e técnicas adaptadas às suas condições.

“Você precisa sair disso não como alguém quebrado pela guerra e descartado, mas como alguém que tentaram quebrar, mas não conseguiram”, diz Maksym Vysotskyi, que perdeu a perna esquerda ao pisar em uma mina terrestre e, após a recuperação, optou por voltar a lutar. “Eu rapidamente aceitei o fato de que minha perna tinha sumido. Qual o sentido do luto? Chorar e se preocupar não vai trazê-la de volta.”

Experiência no combate: veteranos feridos ajudam a formar novas gerações de soldados

Este retorno ao serviço não está atrelado apenas aos números. Os soldados feridos gravemente contribuem também com sua experiência de combate, um bem valioso em meio à alta rotatividade ocasionada pelas baixas. Assim, batalhões andam repletos de jovens inexperientes ou até mesmo de pessoas cuja idade avançada impõe certas limitações.

Andrii Rubliuk, que perdeu os dois braços e a perna esquerda também para uma mina terrestre, teve que ser ressuscitado após a explosão e decidiu voltar à frente de batalhas após se recuperar nos EUA. Atualmente ostenta a patente de sargento na unidade de inteligência Artan, com a missão de treinar novos soldados e monitorar drones inimigos.

Rubliuk diz que, quando acabar a guerra, não pretende voltar a vestir um uniforme militar, pois servir às Forças Armadas nunca esteve nos planos. Enquanto os combates durarem, entretanto, estará no front. “Lutar com braços e pernas é algo que qualquer um pode fazer. Lutar sem eles… isso é um desafio”, afirma. “Mas apenas aqueles que assumem desafios e lutam contra eles estão verdadeiramente vivos.”



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