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Acidente
01/03/2025 12:30:00

As raízes históricas do Carnaval

Influências do mundo romano e germânico

As raízes históricas do Carnaval

O Carnaval, uma das festas mais populares do mundo, tem origens que remontam a diferentes civilizações. Na cidade alemã de Colônia, por exemplo, há registros de celebrações semelhantes há mais de dois mil anos, quando a região fazia parte do Império Romano. Na época, acontecia a Saturnália, um festival dedicado ao deus Saturno, marcado por muita comida, bebida e inversão de papéis sociais, onde escravos eram temporariamente tratados como senhores.

Um elemento curioso dessa festividade era a procissão do "Carrus Navalis", um carro alegórico que desfilava acompanhado por música e foliões fantasiados, e que pode ter influenciado o termo “Carnaval”.

Enquanto isso, os povos germânicos também realizavam celebrações próprias na primavera, com máscaras assustadoras e ruídos altos para espantar os espíritos do inverno. Essa tradição de máscaras continua presente em algumas regiões da Alemanha até hoje.

O Carnaval e a influência da Igreja

Com a oficialização do cristianismo como religião do Império Romano pelo imperador Constantino no século IV, as festividades pagãs foram adaptadas aos rituais da Igreja. O período que antecedia a Quaresma, marcado por 40 dias de jejum e penitência, tornou-se um momento de celebração, sendo permitido aos fiéis aproveitarem o que restava de festas e banquetes antes da restrição. Foi daí que surgiu a expressão "carne vale", que significa "despedida da carne" em latim, dando origem ao nome Carnaval.

Os colonizadores espanhóis e portugueses levaram essa tradição para suas colônias na América Latina. No Brasil, uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma brincadeira de origem portuguesa em que as pessoas jogavam lama, água e até urina umas nas outras. Essa prática foi proibida em 1841.

O Carnaval na Alemanha e sua evolução

Embora o Carnaval tenha passado a ser supervisionado pela Igreja, padres e bispos continuaram vendo a festa com desconfiança. Ainda assim, certas tradições se mantiveram, como a eleição de um “Papa Tolo”, que chegava às igrejas montado em um burro em tom de paródia.

Em Colônia, durante o século XVIII, a burguesia também passou a moldar a festa de acordo com seus interesses. Enquanto os jovens realizavam apresentações satíricas nas ruas, a aristocracia organizava luxuosos bailes de máscaras.

No século XIX, a ocupação napoleônica tentou restringir os festejos, mas sem sucesso. Após o domínio prussiano em 1815, a cidade de Colônia viu um Carnaval cada vez mais descontrolado. Em resposta, líderes influentes criaram um comitê organizador em 1823, estabelecendo um desfile oficial e figuras icônicas, como o "Príncipe do Carnaval de Colônia" e a "Virgem de Colônia", esta última sempre interpretada por um homem.

O simbolismo do número 11

O Carnaval alemão tem um detalhe peculiar: sua temporada inicia-se anualmente no dia 11 de novembro (11/11), às 11h11. O número 11 tem um significado especial na cultura medieval, sendo considerado um “número dos loucos”, simbolizando a irreverência dos foliões. Além disso, marcava o início de um período de festividades antes do jejum do Natal.

Com o tempo, o Carnaval se consolidou como um momento de celebração coletiva, unindo tradições ancestrais e elementos religiosos. Seja na Europa ou na América Latina, sua essência continua sendo a alegria, a fantasia e a liberdade de expressão.



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