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Saúde
01/03/2025 11:30:00

OMS alerta para aumento de 68% nas mortes por câncer de mama até 2050

OMS alerta para aumento de 68% nas mortes por câncer de mama até 2050

Os casos e as mortes por câncer de mama devem crescer significativamente nas próximas décadas, impactando especialmente os países em desenvolvimento, segundo projeções da Agência Internacional de Investigação do Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2022, 2,3 milhões de mulheres em todo o mundo foram diagnosticadas com a doença, resultando em 670 mil mortes. Atualmente, uma em cada 20 mulheres será diagnosticada com câncer de mama ao longo da vida, tornando-o o tipo mais comum entre as mulheres.

As estimativas indicam que, até 2050, os óbitos decorrentes da doença aumentarão 68%, enquanto o número de novos casos crescerá 38%, chegando a 3,2 milhões de diagnósticos e 1,1 milhão de mortes por ano.

A cientista da IARC Joanne Kim destacou a gravidade do cenário, apontando que "a cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no mundo e uma morre da doença", com previsões cada vez mais alarmantes.

Disparidade entre países ricos e em desenvolvimento

A pesquisa aponta que os países em desenvolvimento serão os mais afetados, principalmente devido à falta de acesso a exames preventivos, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Enquanto nas nações mais ricas 17% das mulheres diagnosticadas morrem em decorrência do câncer de mama, nos países de baixa renda essa taxa sobe para 56%.

Apesar disso, algumas nações têm conseguido reduzir a mortalidade da doença. Nos últimos anos, Cuba e 29 países desenvolvidos registraram queda nas taxas de óbito. Apenas sete países, incluindo Dinamarca, Bélgica, Suíça e Lituânia, estão atingindo a meta global de reduzir as mortes em pelo menos 2,5% ao ano.

Caso todos os países conseguissem alcançar essa meta, o número de óbitos poderia ser reduzido pela metade até 2050, segundo o estudo publicado na revista Nature Medicine.

Regiões com maior incidência

As taxas mais altas de câncer de mama são registradas na Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e norte da Europa, onde fatores como o consumo de álcool e baixos níveis de atividade física podem estar relacionados ao aumento dos diagnósticos.

Na Europa, o risco de desenvolver a doença ao longo da vida varia entre 4,9% na Ucrânia e 11,1% na França. Já a taxa de mortalidade é menor em países como Noruega e Espanha (1,1%) e mais elevada em Montenegro (2,6%).

Em países com menos recursos, como as ilhas do Pacífico (Melanésia e Polinésia) e a África Ocidental, a mortalidade é muito maior, reforçando a necessidade de ampliar o acesso à prevenção e tratamento.