Os comentários recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre transformar Gaza em uma "Riviera do Oriente Médio" reacenderam um antigo interesse dele e de seu genro, Jared Kushner, no setor imobiliário da região. Para Trump e sua família, o Oriente Médio é visto não apenas como um cenário geopolítico, mas também como uma oportunidade de negócios lucrativos.
As Organizações Trump, atualmente administradas por seus filhos Eric e Donald Jr., têm expandido seus investimentos imobiliários na região nos últimos anos. A empresa fechou diversos contratos com a Dar Global, braço internacional da Companhia de Desenvolvimento Imobiliário Dar Al Arkan, da Arábia Saudita.
Entre os principais projetos em andamento estão:
Esses projetos rendem milhões à família Trump, principalmente por meio do licenciamento da marca, sem que a empresa necessariamente possua as propriedades.
A Arábia Saudita se tornou um dos principais parceiros comerciais da família Trump no Oriente Médio. Além do setor imobiliário, as Organizações Trump firmaram acordos com a LIV Golf, uma liga de golfe financiada pelo fundo soberano saudita.
Jared Kushner também mantém laços estreitos com o reino saudita. Sua empresa de capital privado, Affinity Partners, recebeu um investimento de US$ 2 bilhões do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, presidido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Kushner também conta com aportes financeiros do Catar e de Abu Dhabi.
Os interesses comerciais de Trump e Kushner na região levantam preocupações sobre possíveis conflitos de interesse, especialmente considerando suas posições políticas e diplomáticas. Embora Trump tenha se afastado oficialmente da administração de seus negócios ao assumir a presidência, sua família continua a desempenhar papéis de destaque tanto no setor empresarial quanto na política.
Kushner, por sua vez, tem sido criticado por utilizar as conexões que fez durante o governo Trump para expandir seus negócios no Oriente Médio, em especial seu relacionamento com a monarquia saudita.
Trump e Kushner parecem enxergar Gaza não apenas como um território em disputa, mas também como uma oportunidade de desenvolvimento imobiliário. Trump sugeriu que os palestinos poderiam ser realocados para áreas seguras, enquanto Gaza se transformaria em um polo turístico internacional.
As declarações geraram indignação entre os palestinos e foram amplamente criticadas por diversos governos. Além das questões políticas e humanitárias envolvidas, há grandes incertezas sobre a viabilidade de tal projeto.
Independentemente da polêmica, a influência da família Trump nos negócios do Oriente Médio continua crescendo, consolidando seu papel na economia da região.