A Argentina aumentou a vigilância em sua zona marítima, mobilizando aeronaves e embarcações para conter a atividade de pesqueiros estrangeiros, principalmente chineses, que ameaçam suas reservas de lulas, avaliadas em mais de US$ 2 bilhões anuais. O Ministério da Defesa anunciou a intensificação das patrulhas no último sábado, conforme divulgado pela revista Newsweek. Com o início da temporada de pesca, que atrai centenas de embarcações chinesas, o governo lançou uma operação para reforçar a presença na zona econômica exclusiva (ZEE), que se estende por 200 milhas náuticas da costa. O ministro da Defesa, Luis Alfonso Petri, e altos oficiais militares sobrevoaram a região e identificaram uma grande concentração de pesqueiros próximos ao limite da ZEE.
Embora a legislação marítima permita a presença de embarcações estrangeiras fora dessa área, muitos barcos retornam anualmente, desligando seus transponders para cruzar a fronteira sem serem detectados. Durante a operação de vigilância, foram identificadas 380 embarcações em um trecho de aproximadamente cem milhas náuticas além da ZEE. Nos últimos anos, a China tem buscado alternativas para operar nessas águas de maneira legal, frequentemente alugando navios de pescadores locais ou estabelecendo parcerias com proprietários para contornar restrições que visam manter os lucros no país. Um relatório do Círculo de Política Ambiental argentino revelou que pelo menos dez embarcações chinesas utilizavam “bandeiras de conveniência” de países como Camarões e Vanuatu para ocultar sua origem.
Esse cenário tem gerado conflitos, como o ocorrido em 2016, quando um arrastão chinês foi flagrado pescando ilegalmente dentro da ZEE argentina. Ao ser perseguido pela Guarda Costeira, o navio tentou provocar uma colisão, levando as autoridades argentinas a abrir fogo, resultando no afundamento da embarcação.
O Ministério da Defesa reafirmou sua posição por meio de um comunicado, destacando que a Marinha Argentina, sob coordenação do Comando Marítimo Conjunto, patrulha a partir da milha náutica 200 para garantir que nenhum pesqueiro estrangeiro ultrapasse a zona econômica exclusiva do país. O governo reforçou seu compromisso com a proteção dos recursos marítimos e a defesa da soberania nacional.