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Acidente
27/02/2025 22:40:00

Alagoas Registra Mais de 2.600 Falhas na Assistência à Saúde Entre 2023 e 2024

Alagoas Registra Mais de 2.600 Falhas na Assistência à Saúde Entre 2023 e 2024

Entre agosto de 2023 e julho de 2024, Alagoas contabilizou 2.629 incidentes relacionados à prestação de serviços de saúde, tanto na rede pública quanto na privada. Os dados são da Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os problemas mais recorrentes no estado ocorreram durante a assistência à saúde, totalizando 718 incidentes. Em seguida, houve 617 casos de lesão por pressão e 458 ocorrências ligadas ao uso de cateter venoso. O mês com o maior número de registros foi setembro de 2023, com 305 notificações, seguido por abril de 2024 (244 casos) e agosto de 2023 (243 casos). No Brasil, o número total de falhas na assistência à saúde atingiu 295.355 no período analisado.

Ocorrências Graves e Impacto na Segurança do Paciente

Entre os erros mais graves registrados estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem inadequada ou tipo equivocado, além da realização de cirurgias em locais errados do corpo dos pacientes. Casos de lesão por pressão também se destacam, sendo classificados em três tipos: contusão, causada por trauma nos tecidos moles; entorse, caracterizada pelo alongamento dos ligamentos; e luxação, a mais grave, que envolve o deslocamento do osso da articulação.

Esses incidentes evidenciam falhas no sistema de saúde e os riscos que representam para a segurança dos pacientes. Para reduzir tais erros, a adoção de processos de acreditação tem sido apontada como uma solução eficaz, permitindo que instituições implementem protocolos de segurança mais rígidos.

Resultados da Acreditação na Redução de Falhas

Uma pesquisa recente da ONA com cerca de 100 instituições de saúde demonstrou que a adoção de medidas de segurança resultou em quedas significativas nos índices de falhas. Os dados indicam que erros na administração de medicamentos reduziram em 51%, enquanto problemas na identificação de pacientes caíram 52%. As infecções hospitalares diminuíram em 42%, falhas na prescrição de medicamentos foram reduzidas em 35%, e problemas de comunicação sofreram queda de 37%. Além disso, houve uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos.

A gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato, destaca que a obtenção da acreditação exige comprometimento e mudanças culturais dentro das instituições de saúde. Além de aumentar a segurança em atendimentos e diagnósticos, o processo também contribui para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais.

Cenário da Acreditação no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, cerca de 134 milhões de eventos adversos ocorrem em hospitais de países de baixa e média renda, resultando em aproximadamente 2,6 milhões de mortes.

No Brasil, das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), apenas 1.932 possuem acreditação. A ONA é responsável por 72,1% dessas certificações, abrangendo mais de 1.500 instituições, incluindo 422 hospitais. No entanto, apenas 0,45% das instituições de saúde do país possuem essa certificação. Entre as acreditadas, 68,4% são de gestão privada, 22,2% pública, 8,3% filantrópica e 0,1% pertencem à gestão militar.



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