A neurite vestibular é uma inflamação do nervo do labirinto, estrutura localizada no ouvido responsável pelo equilíbrio. Embora não apresente risco de vida, causa grande desconforto e pode levar à internação, como ocorreu com a ex-presidente do Brasil e atual líder do banco do Brics, Dilma Rousseff, que foi hospitalizada em Xangai, na China.
O labirinto age como um sensor de movimento, auxiliando a percepção de aceleração da cabeça e contribuindo para o equilíbrio. Cada pessoa possui um labirinto em cada ouvido, ambos com dois nervos. A inflamação de um desses nervos pode comprometer essa função.
Pacientes com neurite vestibular costumam necessitar de atendimento emergencial, pois a doença provoca crises intensas de vertigem, náusea, suor frio, palidez e vômitos, que podem levar à desidratação. Os sintomas são descritos como uma sensação extrema de rotação, comparável à de estar dentro de um liquidificador em movimento.
A causa mais comum da inflamação é uma infecção viral, podendo estar associada a gripes e covid-19. O diagnóstico é geralmente clínico, baseado nos sintomas, pois a inflamação nem sempre é visível em exames de imagem. O tratamento inclui controle dos sintomas e uso de anti-inflamatórios à base de corticoides.
Apesar de não ser fatal, a doença pode deixar sequelas. O labirinto pode se recuperar totalmente, compensar a perda por mecanismos naturais ou, em casos mais graves, resultar em tontura crônica. Em pessoas mais velhas, como Dilma Rousseff, de setenta e sete anos, o risco de prejuízo permanente é maior, pois o mecanismo de compensação vestibular se torna menos eficiente com a idade.
Se a recuperação não ocorre de forma natural, é possível recorrer a exercícios de reabilitação vestibular ou medicamentos específicos. Além da tontura em si, idosos podem enfrentar dificuldades de locomoção e maior risco de quedas e fraturas.
Especialistas alertam para a importância de investigar todas as vertigens e tonturas, pois sintomas semelhantes podem estar relacionados a outras doenças, como acidente vascular cerebral ou enxaqueca vestibular. Mesmo quando a tontura se torna suportável no dia a dia, um diagnóstico preciso é fundamental para um tratamento adequado.