As mulheres sírias estão assumindo um papel central na reconstrução de seu país após a queda do regime de Bashar al Assad. Desde o início da revolução, elas foram protagonistas, lutando por seus direitos e exigindo inclusão nas decisões políticas. Agora, sua presença é vital para o futuro da Síria, refletindo sua determinação em moldar a nova era do país.
Ativismo e Demandas
Em Damasco, a ativista de direitos humanos Abir Shamsi se reúne com outras mulheres para discutir as reivindicações que devem ser priorizadas nas próximas conversações sobre o futuro do país. Ela destaca que as sírias estiveram ativamente envolvidas na revolução, e sua participação nos círculos de decisão não pode ser apenas simbólica, como foi no passado.
“As mulheres sírias foram essenciais nos últimos quatorze anos, mostrando amor e compromisso com seu país. É crucial garantir que suas vozes sejam ouvidas agora”, afirma Shamsi.
Desafios e Temores
Apesar desse progresso, há preocupações sobre a efetiva participação das mulheres sob o governo do Hayaat Tahrir al-Sham (HTS), que emergiu nesta nova fase. O HTS tem sido associado a práticas repressivas e à falta de liberdade, especialmente para as mulheres. Vídeos antigos mostrando execuções brutais e declarações anteriores de membros do grupo suscitam receios sobre o futuro sob seu controle.
Avanços Recentes?
Entretanto, o HTS busca mostrar uma imagem mais aberta, tentando incluir as mulheres no processo de transição. A recente nomeação de Maysaa Sabrine como chefe do Banco Central sírio, destacando sua experiência, é um passo nesse sentido, embora muitos permaneçam céticos em relação à real mudança de atitude.
O Papel das Autoridades
Assaad al-Chibani, chefe da diplomacia síria, afirmou que as novas autoridades apoiam plenamente os direitos das mulheres e reconhecem suas capacidades. Essa declaração é um indicativo de que, apesar dos desafios, existe uma promessa de inclusão que precisa ser concretizada na prática.
Contexto Histórico
A Síria enfrenta os desafios de uma guerra devastadora que causou mais de 500 mil mortes e deslocou mais de 10 milhões de pessoas. Desde a queda do regime em dezembro de 2024, a ONU estima que mais de um milhão de pessoas, incluindo refugiados e deslocados, retornaram ao país. O papel das mulheres neste contexto é não apenas vital, mas também indispensável para garantir um futuro mais igualitário e justo para todos os sírios.