Fila do INSS encosta em 2 milhões e atinge maior patamar desde governo Bolsonaro

A fila de espera por benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) atingiu 1,985 milhão de requerimentos em novembro de 2024, o maior número desde o início de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Os dados, divulgados pelo MPS (Ministério da Previdência Social), mostram que a fila voltou a crescer após uma breve redução no início do governo Lula, que havia prometido diminuir o estoque de pedidos como uma de suas prioridades.

O relatório de dezembro de 2024, que deve ser publicado nos próximos dias, pode confirmar a tendência de alta. A demora na divulgação dos boletins mensais tem gerado questionamentos entre especialistas, que suspeitam de uma possível tentativa do Executivo de adiar o reconhecimento do problema. O MPS atribuiu o atraso a "inconsistências em dados enviados pela Dataprev", mas não forneceu detalhes.

Crescimento da fila e impactos
A fila do INSS começou a subir novamente em julho de 2024, após uma greve de servidores que paralisou parte das análises. Entre julho e setembro, o número de pedidos pendentes aumentou em 445 mil. Nos meses de outubro e novembro, o crescimento foi de 186,2 mil, chegando ao patamar atual.

O tempo médio de concessão líquido (descontando o período de espera por documentos do segurado) também aumentou, passando de 34 dias em julho para 39 dias em setembro e novembro. No Nordeste, essa média chega a 66 dias, evidenciando desigualdades regionais no atendimento.

Causas do aumento
O governo atribui o crescimento da fila ao aumento no número de requerimentos, que atingiu cerca de 1,4 milhão por mês em 2024, ante uma média inferior a 1 milhão em 2023. Em alguns meses, os novos pedidos ultrapassaram 1,6 milhão. Além disso, o INSS identificou casos de segurados que ingressam com múltiplos pedidos de benefícios ou recorrem de indeferimentos enquanto fazem novos requerimentos, sobrecarregando o sistema.

Para tentar reverter a situação, o INSS planeja revisar regras operacionais e limitar a apresentação de requerimentos em certas situações. O governo também prorrogou, por meio de uma medida provisória, um programa de bônus para servidores e peritos médicos que analisam pedidos extras, mas o incentivo está previsto para terminar em 31 de dezembro de 2024.

Impactos orçamentários

Impactos orçamentários
O crescimento da fila preocupa não apenas pela insatisfação popular, mas também pelos impactos financeiros. Em 2024, as despesas com a Previdência Social superaram em R $(????????????????????????\c?????????????????????????????????????????????????????????).???????????????? (????????????????????????????????? ???????? ????????????????????????????ão????$ $29, 9 bi l h ões p re v i s t o nal - L O A (L e i O r cçamentária anual A n u a l) . OBPC (B e n e f ? c i o d e P res t a c]ão Continuada), d es t ina d o a i d$ $osos$ $e p esso a s co m d e f i c i e n c ia d e bai x a re n d a, t e v e u min cre m e n t o d e R$ 7,6 bilhões. Juntos, esses aumentos totalizaram R$ 37,5 bilhões, pressionando o Orçamento e levando a bloqueios em outras áreas.
A situação ocorre em um momento de queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 14 de fevereiro de 2025, a aprovação do governo caiu de 35% para 24% em dois meses, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%. A fila do INSS, que havia sido uma das promessas de campanha de Lula, tornou-se um símbolo das dificuldades enfrentadas por sua gestão.

Conclusão
O aumento da fila do INSS reflete desafios estruturais e operacionais que exigem soluções urgentes. Enquanto o governo busca medidas para reduzir o estoque de pedidos, a demora na análise de benefícios continua a afetar milhões de brasileiros, com impactos significativos na percepção pública e nas contas públicas.