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Saúde
21/02/2025 06:00:00

Comer ultraprocessados aumenta em 58% o risco de depressão persistente, mostra estudo brasileiro

Comer ultraprocessados aumenta em 58% o risco de depressão persistente, mostra estudo brasileiro

Um estudo realizado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) revelou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados pode aumentar em 58% o risco de depressão persistente. A pesquisa, uma das primeiras a avaliar essa relação no contexto nacional, utilizou dados de 13 mil pessoas em seis capitais brasileiras.

Publicado no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, o estudo analisou informações do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Os participantes foram divididos em grupos com base no consumo de ultraprocessados, que variou de 0% a 72% das calorias diárias. Aqueles que consumiam mais industrializados tiveram 58% mais chances de receber pelo menos dois diagnósticos de depressão ao longo de oito anos, em comparação com quem mantinha uma dieta mais saudável.

Segundo Naomi Vidal, pós-doutoranda da USP e principal autora da pesquisa, o consumo excessivo de ultraprocessados impacta negativamente a microbiota intestinal, afetando o eixo intestino-cérebro. Isso pode levar a neuroinflamação, aumentar os níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) e contribuir para o desenvolvimento de sintomas depressivos.

O estudo também simulou cenários em que os participantes reduziam o consumo de ultraprocessados em 5%, 10% e 20% das calorias diárias, substituindo-os por alimentos não processados ou minimamente processados. Uma redução de apenas 5% já levou a uma queda de 6% no risco de depressão, enquanto um corte de 20% reduziu o risco em 22%.

Claudia Suemoto, professora e pesquisadora da USP que supervisionou o estudo, destacou a importância de analisar essa relação no contexto brasileiro, onde desigualdades sociais e econômicas influenciam tanto o consumo de ultraprocessados quanto a prevalência de sintomas depressivos.

Outros estudos reforçam a relação entre ultraprocessados e saúde mental

  • Uma pesquisa da coorte NutriNet Brasil, com 16 mil adultos, mostrou que dietas com quase 40% de ultraprocessados aumentam em 42% o risco de sintomas depressivos.

  • Um estudo com 428 gestantes em Criciúma (SC) revelou que o consumo de seis ou mais ultraprocessados por dia está associado a maiores chances de ansiedade, estresse, sintomas depressivos e tristeza frequente.

Recomendações
O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, recomenda evitar completamente o consumo de ultraprocessados. A substituição por alimentos in natura ou minimamente processados pode trazer benefícios significativos para a saúde mental e física.

Esses estudos reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam uma alimentação mais saudável, especialmente em populações vulnerá



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