O estresse térmico é uma condição que ocorre quando o corpo é exposto a temperaturas extremas, principalmente ao calor intenso, e não consegue se resfriar adequadamente para manter sua temperatura interna ideal, que é em torno de 36,5°C. Esse fenômeno pode trazer sérios riscos à saúde, especialmente quando o corpo perde a capacidade de regular sua temperatura, levando a complicações que variam de desconforto leve a quadros graves, como desidratação, exaustão pelo calor e, em casos extremos, falência de múltiplos órgãos e até morte.
O corpo humano possui mecanismos naturais para manter a temperatura interna estável, como a transpiração. No entanto, em condições de calor extremo, especialmente quando combinado com alta umidade, esses mecanismos podem falhar. A transpiração excessiva sem a reposição adequada de líquidos e eletrólitos pode levar à desidratação e ao aumento perigoso da temperatura corporal. Isso pode resultar em:
Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial: O corpo tenta compensar o calor, mas isso pode sobrecarregar o sistema cardiovascular.
Exaustão pelo calor: Caracterizada por fraqueza, tontura, náusea e até desmaios.
Choque térmico: Uma condição grave que pode causar confusão mental, convulsões e falência de órgãos.
Impactos emocionais: O estresse térmico também afeta o bem-estar psicológico, aumentando a irritabilidade, a ansiedade e a dificuldade de concentração.
Idosos, crianças e pessoas com comorbidades (como doenças cardíacas, diabetes ou problemas respiratórios) são mais suscetíveis aos efeitos do estresse térmico. Além disso, indivíduos que trabalham em ambientes quentes ou realizam atividades físicas intensas sob altas temperaturas também correm maior risco.
Para evitar os efeitos do estresse térmico, especialistas recomendam:
Hidratação constante: Beber água, água de coco ou isotônicos regularmente.
Alimentação leve: Priorizar alimentos frescos, pouco gordurosos e de fácil digestão.
Ambientes frescos: Buscar locais com sombra, ar-condicionado ou ventilador.
Roupas leves: Usar tecidos que permitam a transpiração e evitem a retenção de calor.
Evitar exposição ao sol: Principalmente nos horários de pico do calor (entre 10h e 16h).
Cuidados com o sono: Manter um ambiente fresco para garantir um descanso adequado.
Além dos efeitos físicos, o estresse térmico pode afetar o estado emocional, causando irritabilidade, cansaço mental, dificuldade de concentração e até quadros de ansiedade. Técnicas de respiração, apoio social e reconhecimento dos limites pessoais são estratégias importantes para lidar com esses impactos.
Um estudo realizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) estima que cerca de 38 milhões de brasileiros estão expostos ao estresse térmico. Nas grandes cidades, os períodos de estresse térmico têm aumentado em média 10 horas por ano, com moradores passando de 17 a 25 dias anuais sob condições climáticas extremas.
O estresse térmico é um fenômeno sério e crescente, especialmente em um cenário de mudanças climáticas. A prevenção e a conscientização são fundamentais para reduzir os riscos à saúde, principalmente para os grupos mais vulneráveis. Medidas simples, como hidratação adequada e evitar exposição ao calor excessivo, podem salvar vidas.