O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a União Europeia, afirmando que o bloco tem sido "muito injusto" com os EUA. Em resposta, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de automóveis, produtos farmacêuticos e chips.
A insatisfação de Trump com o comércio internacional não é novidade. O presidente americano há muito se opõe ao que considera ser um tratamento desigual das exportações automóveis dos EUA. Atualmente, a UE aplica uma tarifa de 10% sobre veículos importados, enquanto os EUA impõem apenas 2,5% sobre os carros de passageiros europeus.
Falando a jornalistas na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump reforçou a necessidade de mudanças no comércio entre os dois blocos. "Temos um défice de 350 mil milhões de dólares (cerca de 335 mil milhões de euros). Eles não aceitam os nossos carros, os nossos produtos agrícolas, praticamente nada. Isso precisa de ser corrigido, e nós vamos fazê-lo, sem dúvida", declarou.
Diante da decisão de Trump, líderes comerciais da União Europeia manifestaram interesse em dialogar com Washington para encontrar uma solução que beneficie ambas as partes. Maros Šef?ovi?, vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Acordo Verde Europeu, afirmou que pretende evitar um aumento das tarifas e possíveis retaliações.
"Vou comunicar aos meus homólogos americanos que a UE está disposta a estabelecer acordos que garantam justiça, partilha de responsabilidades e benefícios mútuos", disse Šef?ovi?, sinalizando abertura para discutir a redução ou até mesmo a eliminação das tarifas sobre veículos e outros produtos.
Desde que iniciou seu segundo mandato, Trump tem adotado medidas protecionistas para tentar reverter o persistente défice comercial dos EUA, que remonta a 1975. No dia 13 de fevereiro, anunciou a implementação de tarifas recíprocas para igualar as taxas aplicadas por outros países às exportações americanas.
As novas medidas seguem um padrão já estabelecido por Trump. O presidente impôs recentemente um aumento de 10% nas tarifas sobre produtos chineses e elevou os impostos sobre o aço e o alumínio estrangeiros. Também chegou a anunciar tarifas de 25% para importações do Canadá e do México, mas acabou por adiá-las.
No entanto, economistas alertam que as tarifas impostas pelos EUA podem acabar prejudicando os próprios consumidores, já que o aumento dos custos para os importadores tende a ser repassado diretamente aos preços dos produtos no mercado interno.