O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com apoio da Holanda, está utilizando equipamentos de análise genética portáteis para agilizar a identificação de desaparecidos e reunir crianças deportadas com suas famílias na Ucrânia. A iniciativa visa combater um dos impactos mais graves da guerra: a separação forçada de milhares de menores de seus lares.
Análise Rápida e Portátil
Os dispositivos fornecidos ao país permitem criar um perfil completo de DNA em 90 minutos e estabelecer vínculos familiares em minutos. A tecnologia inclui 250 chips para laboratórios portáteis (50 para amostras de bochecha e 200 para fluidos como sangue e saliva), além de 50 mil kits de coleta. A Polícia Nacional ucraniana já treinou 60 investigadores forenses para operar os equipamentos, essenciais em regiões afetadas pela destruição de documentos e deportações.
Combate a Crimes de Guerra e Deportações
Além de reatar lares desfeitos, o projeto fortalece a investigação de crimes de guerra. Artem Shevchishen, vice-chefe da polícia ucraniana, destacou que o DNA é, em muitos casos, a única prova de parentesco, já que crianças foram retiradas de orfanatos e tiveram registros destruídos. As evidências genéticas também serão usadas em tribunais internacionais, como o Tribunal Penal Internacional, para responsabilizar autores de deportações.
Prioridade Humanitária e Jurídica
O embaixador holandês na Ucrânia, Alle Dorhout, reforçou que o combate à deportação de menores é uma prioridade para seu país. Jaco Cilliers, do Pnud, ressaltou que a iniciativa não só reconecta famílias, mas também constrói “instituições resilientes capazes de enfrentar os desafios da guerra”.
O projeto reflete um esforço global para mitigar as consequências humanitárias do conflito, garantindo que crianças tenham a chance de retornar a seus lares e que crimes de guerra não fiquem impunes.
Fonte: ONU News – Publicado em 19/02/2025.