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Política
19/02/2025 06:00:00

PGR denuncia Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado

PGR denuncia Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas, acusando-os de participação em um plano golpista supostamente articulado após as eleições de 2022. A denúncia detalha uma organização criminosa que teria agido contra os três poderes da República, com forte influência de setores militares.

A peça acusatória, que possui 270 páginas, aponta Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto, como líderes da articulação. Segundo a PGR, os denunciados cometeram crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de organização criminosa.

Detalhes da investigação

A denúncia destaca que o plano golpista foi elaborado e chegou ao conhecimento de Bolsonaro, que teria concordado com sua execução. O documento menciona ainda que havia a intenção de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

O inquérito que embasou a denúncia foi conduzido pela Polícia Federal e concluiu que o golpe não foi adiante porque o Exército não aderiu ao plano.

Caso a denúncia seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro e os demais investigados se tornarão réus, dando início a uma ação penal. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso.

Defesa de Bolsonaro e Braga Netto

Bolsonaro afirmou que não está preocupado com a denúncia e continua a se apresentar como candidato para a eleição presidencial de 2026, apesar de sua inelegibilidade devido à Lei da Ficha Limpa.

A defesa de Braga Netto classificou as acusações como "fantasiosas" e criticou o processo, alegando falta de acesso aos autos e violação ao direito de defesa. O general está preso desde dezembro de 2024, acusado de tentar obter informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Lista dos denunciados pela PGR

Além de Bolsonaro e Braga Netto, outras 32 pessoas foram denunciadas, incluindo ex-ministros, militares e aliados próximos do ex-presidente.

  • Jair Messias Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Walter Souza Braga Netto – ex-candidato a vice-presidente
  • Alexandre Rodrigues Ramagem (PL-RJ) – ex-diretor da Abin e deputado federal
  • Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Gustavo Torres – ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  • Mauro César Barbosa Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Angelo Martins Denicoli
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  • Bernardo Romão Correa Netto
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  • Fabrício Moreira de Basto
  • Filipe Garcia Martins Pereira
  • Fernando de Sousa Oliveira
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques de Almeida
  • Hélio Ferreira Lima
  • Marcelo Araújo Ormevet
  • Marcelo Costa Câmara
  • Márcio Nunes de Resende Júnior
  • Mario Fernandes
  • Marília Ferreira de Alencar
  • Nilton Diniz Rodrigues
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  • Rafael Martins de Oliveira
  • Reginaldo Vieira de Abreu
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior
  • Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Silvinei Vasques
  • Wladimir Matos Soares

Crimes atribuídos aos denunciados

De acordo com a denúncia da PGR, os envolvidos são acusados pelos seguintes crimes:

  • Golpe de Estado
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Organização criminosa armada
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Manifestação das defesas

A defesa de Bolsonaro divulgou uma nota à imprensa, classificando a denúncia como injusta e manifestando confiança na Justiça.

A equipe jurídica de Braga Netto também repudiou as acusações, destacando que o general está preso há mais de 60 dias sem ter acesso total ao processo. Além disso, alegaram que seu pedido para prestar esclarecimentos foi ignorado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

Por fim, a defesa afirmou confiar no Supremo Tribunal Federal para conduzir a investigação de forma justa e imparcial.



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