Os Estados Unidos e a Rússia decidiram criar um caminho para acabar com a guerra na Ucrânia e melhorar as relações diplomáticas e econômicas durante uma reunião em Riad, na Arábia Saudita. O encontro ocorreu sem a presença de representantes ucranianos ou de países europeus.
A delegação americana, liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio, e a russa, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov, se reuniram no Palácio Diriya, mediadas pelos sauditas. Após quatro horas de discussões, ambos os lados concordaram em nomear equipes para negociar o fim do conflito na Ucrânia e trabalhar na normalização de suas relações.
Rubio destacou três objetivos principais: restaurar as equipes das embaixadas em Washington e Moscou, criar um grupo de alto nível para as negociações de paz na Ucrânia e explorar oportunidades de cooperação econômica. Ele afirmou que o presidente Donald Trump busca uma solução rápida e justa para o conflito, com um acordo que seja "duradouro, sustentável e aceitável para todos os envolvidos".
A Rússia, por sua vez, expressou interesse em reduzir as sanções econômicas impostas pelos EUA e seus aliados. Lavrov mencionou que houve um "forte interesse" em remover barreiras para o desenvolvimento de uma cooperação econômica mutuamente benéfica. No entanto, ele rejeitou a presença de tropas da Otan na Ucrânia como parte de um cessar-fogo, afirmando que isso seria inaceitável para Moscou.
A reunião também abriu caminho para um possível encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, embora ainda não haja uma data definida. Enquanto isso, a Ucrânia e seus aliados europeus expressaram preocupação com a exclusão das negociações. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, criticou a falta de participação de Kiev e da Europa, ressaltando que qualquer acordo deve incluir garantias de segurança para a Ucrânia.
A Turquia, por sua vez, se ofereceu para sediar futuras negociações de paz, com o presidente Recep Tayyip Erdogan defendendo a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.
O diálogo entre EUA e Rússia marca uma reviravolta nas relações bilaterais, que estavam tensas desde a invasão russa da Ucrânia em 2022. No entanto, especialistas alertam que o caminho para a paz ainda é longo e exigirá concessões de todas as partes envolvidas.
Fonte: DW