20/03/2025 17:43:45

Mundo
17/02/2025 00:00:00

França propõe cimeira de emergência sobre Ucrânia em Paris enquanto tensões entre EUA e Europa aumentam

França propõe cimeira de emergência sobre Ucrânia em Paris enquanto tensões entre EUA e Europa aumentam

A cimeira de emergência sobre a Ucrânia, proposta pela França e discutida com outros países europeus, reflete a crescente tensão entre os Estados Unidos e a Europa no que diz respeito ao processo de paz na região. A reunião, que pode ocorrer em Paris, surge num momento em que os EUA estão a avançar com negociações de paz com a Rússia sem a participação direta dos europeus, o que tem gerado preocupações e desconfiança entre os aliados transatlânticos.

O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, mencionou a possibilidade desta cimeira durante a Conferência de Segurança de Munique, indicando que os detalhes finais seriam acertados no domingo. No entanto, as suas declarações nas redes sociais foram posteriormente apagadas, o que pode sugerir que os preparativos para a reunião ainda estão em andamento ou que há hesitações sobre o seu formato e participantes.

Enquanto isso, o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, deixou claro que a Europa não será incluída nas próximas conversações de paz entre Washington, Moscovo e Kiev. Kellogg afirmou que, embora a opinião europeia seja considerada, o papel da Europa no processo de paz será limitado. Ele incentivou os europeus a contribuírem com propostas concretas, especialmente no que diz respeito aos gastos com defesa, em vez de se concentrarem em reivindicar um lugar à mesa de negociações.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, aproveitou a Conferência de Segurança de Munique para defender a criação de um exército europeu, destacando a necessidade de a Europa fortalecer a sua autonomia e reduzir a dependência dos Estados Unidos. Zelenskyy expressou preocupação com a mudança nas prioridades políticas dos EUA, sugerindo que o apoio incondicional americano à Europa pode estar a diminuir.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também está envolvido nestes esforços diplomáticos, com planos de participar na cimeira de Paris e visitar o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington. Starmer pode tentar posicionar o Reino Unido como um mediador entre os EUA e a Europa, num momento em que as relações entre os dois lados do Atlântico estão sob tensão.

Esta cimeira de emergência reflete a complexidade da situação geopolítica atual, com a Europa a tentar afirmar o seu papel no cenário internacional, enquanto os EUA parecem estar a seguir uma abordagem mais unilateral nas negociações de paz. A evolução destes eventos será crucial para o futuro da segurança europeia e para a resolução do conflito na Ucrânia.



Enquete
Você acreedita que Bolsonaro armou um golpe de estado?
Total de votos: 78
Google News