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Geral
16/02/2025 20:00:00

Armas estrangeiras e crime organizado: a rota ilegal que passa pelo Amazonas

Armas estrangeiras e crime organizado: a rota ilegal que passa pelo Amazonas

O Amazonas tem se consolidado como uma das principais rotas do tráfico de armas de fogo para o crime organizado no Brasil, especialmente para o eixo Sul/Sudeste. Armas de origem estrangeira, como as fabricadas na Bélgica, Estados Unidos e Áustria, já foram apreendidas na região, evidenciando a complexidade e a extensão dessa rede ilegal. O diretor de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Rodney da Silva, alerta para os desafios de combater esse tipo de crime em uma região com características geográficas únicas, como a vasta extensão de fronteiras secas e molhadas.

A rota do tráfico de armas

O Brasil possui cerca de 17 mil quilômetros de fronteira seca e 7 mil quilômetros de fronteira molhada, o que inclui rios e áreas de difícil monitoramento. No Amazonas, a presença de inúmeros rios e a densa floresta facilitam a entrada ilegal de armas, que são posteriormente transportadas para outras regiões do país, como o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a Tríplice Fronteira no Sul.

Armas estrangeiras em Manaus

Em 2025, policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) e da Força Tática já apreenderam pistolas e fuzis de origem estrangeira na periferia de Manaus. Essas armas, fabricadas em países como Bélgica, Estados Unidos e Áustria, são usadas por criminosos locais e também enviadas para organizações criminosas em outras partes do Brasil, como o Rio de Janeiro, onde o tráfico de armas longas é uma preocupação constante.

Projeto de combate ao tráfico

Para enfrentar o problema, a Senasp está desenvolvendo um projeto que inclui a implantação de "fusion centers", estruturas de comando, controle e inteligência nas áreas de fronteira. O primeiro centro será lançado em Cruzeiro do Sul (AC), com planos de expansão para Tabatinga (AM). Esses centros visam integrar esforços de inteligência e operações para desarticular redes criminosas e coibir o tráfico de armas e drogas.

Dados de apreensões

Nos últimos três anos, as forças de segurança do Amazonas apreenderam 5.199 armas de fogo. Somente em 2024, foram 1.616 armas apreendidas, de acordo com o Painel de Indicadores Criminais da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). Esses números refletem a dimensão do problema e a necessidade de ações coordenadas para combater o tráfico.

Desafios e próximos passos

O diretor Rodney da Silva destaca que a dimensão territorial do Amazonas e a escassez de recursos são os principais desafios para a repressão imediata ao tráfico de armas. No entanto, ele elogia o trabalho realizado pela SSP-AM e outras secretarias de segurança da região Norte, que atuam dentro de suas limitações para enfrentar o crime organizado.

A Senasp continua a apoiar essas iniciativas, mas ressalta a necessidade de mais investimentos em tecnologia, inteligência e infraestrutura para monitorar as fronteiras e combater efetivamente o tráfico de armas e drogas. A integração entre os órgãos de segurança e a cooperação internacional são essenciais para desarticular as redes criminosas que operam na região.

Conclusão

O tráfico de armas estrangeiras pelo Amazonas é um problema complexo que exige ações coordenadas e investimentos significativos. Enquanto as forças de segurança locais e nacionais trabalham para combater essa rota ilegal, a implantação de centros de inteligência e o fortalecimento da fiscalização nas fronteiras são passos importantes para garantir a segurança e a integridade do país.



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