O presidente do Conselho Europeu, António Costa, reafirmou neste sábado (15) o compromisso da União Europeia (UE) com o apoio contínuo à Ucrânia, durante sua participação na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha. Costa destacou que a Europa não abandonará a Ucrânia e continuará a apoiá-la como parte integrante de um projeto de paz.
Declarações de António Costa
Costa enfatizou que a UE continuará a fornecer apoio à Ucrânia em várias frentes, incluindo negociações, garantias de segurança, reconstrução e no processo de adesão do país à União Europeia. Ele ressaltou que a Ucrânia deve ser incluída em futuras negociações de paz e que apenas o governo ucraniano pode definir quando as condições para um diálogo com a Rússia estão maduras.
"Assumir concessões antes de qualquer negociação é um grande erro", afirmou Costa, destacando que qualquer acordo futuro não pode se limitar a um simples cessar-fogo, mas deve garantir que a Rússia deixe de ser uma ameaça à segurança internacional. "Não pode recompensar o agressor. Tem de garantir que a Rússia deixará de ser uma ameaça para a Ucrânia, para a Europa e para os seus vizinhos", acrescentou.
Apoio internacional à Ucrânia
As declarações de Costa ecoaram o discurso do chanceler alemão, Olaf Scholz, que também participou da conferência. Scholz destacou que a Ucrânia não pode enfrentar a Rússia sozinha e que precisa do apoio contínuo da UE e dos Estados Unidos. Ele reforçou que nada deve ser decidido sobre a Ucrânia sem a participação direta do país.
Contexto geopolítico
As declarações ocorrem em um momento de tensão geopolítica, com a guerra na Ucrânia completando mais de dois anos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, alertou a Europa sobre a necessidade de fortalecer sua própria defesa, afirmando que "os velhos tempos em que a América apoiava a Europa só porque sempre o fez" acabaram. Zelenskyy defendeu a criação de "forças armadas da Europa" para garantir a segurança do continente.
Críticas dos EUA
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, criticou a abordagem dos governos europeus à democracia, afirmando que a maior ameaça à segurança da Europa não é a Rússia ou a China, mas sim uma "ameaça interna" devido ao que ele chamou de "recuo da Europa em relação a alguns dos seus valores mais fundamentais".
Próximos passos
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Rados?aw Sikorski, sugeriu que uma reunião europeia de defesa pode ocorrer em Paris na próxima segunda-feira (17), embora detalhes ainda não tenham sido confirmados. A reunião pode ser um passo importante para fortalecer a cooperação militar e a segurança na Europa, em um momento em que a guerra na Ucrânia continua a desafiar a estabilidade global.
O compromisso da UE com a Ucrânia e a busca por uma solução duradoura para o conflito continuam a ser prioridades, enquanto a comunidade internacional acompanha de perto os desenvolvimentos na região.