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Acidente
15/02/2025 19:00:00

Crescimento do endividamento impulsiona vendas no varejo de Maceió em 2025

Crescimento do endividamento impulsiona vendas no varejo de Maceió em 2025

As vendas no varejo de Maceió começaram 2025 em crescimento, impulsionadas pelo aumento do endividamento das famílias. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento cresceu 1,7% em janeiro, enquanto a inadimplência caiu 0,8%. Na comparação anual, o número de endividados aumentou 26,9%, e o de inadimplentes subiu 42,9%. No entanto, o número de famílias superendividadas reduziu tanto na comparação mensal (-2,7%) quanto na anual (-1,8%), um fato positivo após o aumento de 2,8% registrado em dezembro.

**Fatores que influenciaram os números de janeiro**

Os dados de janeiro refletem a alta de consumo típica do período, que absorve custos das festas de final de ano, somados a despesas com férias, impostos e materiais escolares. A redução da inadimplência foi influenciada por programas de renegociação de dívidas e pelo aumento de renda nos meses de novembro e dezembro, devido a empregos temporários e ao pagamento do décimo terceiro salário.

**Aumento dos gastos pode comprometer orçamento familiar a longo prazo**

O endividamento das famílias segue como um fator determinante para o desempenho do varejo local. A expansão do crédito e o aumento dos gastos podem aquecer o setor a curto prazo, mas evidenciam desafios para a sustentabilidade financeira das famílias no longo prazo. O cartão de crédito é o meio de endividamento mais efetivo, alcançando quase 100% dos endividados na capital. O crédito em carnês, a segunda forma mais procurada, teve um aumento de 67% entre 2024 e 2025. Outros tipos de dívida também registraram crescimento, como financiamento automotivo (254%), financiamento habitacional (105%), crédito consignado (170%) e cheque especial (40%). O crédito pessoal foi o que mais cresceu, saltando de 0,3% do volume total das dívidas em 2024 para 4% no início de 2025, um aumento de 1.125%.

**Endividamento afeta mais as famílias de menor renda**

As famílias de menor renda (até 10 salários mínimos) lideram o endividamento, com um aumento de 3,9% no grupo das famílias muito endividadas. Já nas famílias de maior renda (acima de 10 salários mínimos), o percentual de muito endividadas manteve-se estável em 1,2%. No entanto, entre as famílias de maior renda, houve uma queda de 11,4% no grupo das mais ou menos endividadas, mas um aumento expressivo de 38,9% no número de pessoas com alguma dívida. Entre as famílias de menor renda, registrou-se uma redução de 3,2% no grupo dos pouco endividados e de 4,7% naquelas sem dívidas, enquanto o número das mais ou menos endividadas subiu 5,7%.

**Redução no número de famílias sem dívidas**

O número de famílias sem dívidas, que vinha caindo desde setembro, reduziu-se ainda mais em janeiro, com uma queda de 5,3%. O mesmo ocorreu com as famílias com poucas dívidas, que diminuíram 1,5%. Esses dados confirmam o aperto financeiro enfrentado pelas famílias de Maceió, especialmente pelo aumento do uso do cartão de crédito, que traz risco de descontrole financeiro.

**Inadimplência e inflação de serviços**

Em relação à inadimplência, houve redução de 1,5% na quantidade de famílias de menor renda inadimplentes, que também conseguiram diminuir o volume das que não têm condições de pagar as dívidas (-4,5%). Por outro lado, aumentou 12,5% o volume de famílias de maior renda que não têm condições de pagar suas dívidas. Esse fato indica que, apesar da confiança no consumo, essas famílias estão sentindo o impacto do crédito mais caro e da inflação de serviços, como centros de beleza, alimentação fora do lar, manutenção de moradia e automóveis, planos de saúde e seguridade.



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