Estado de emergência em Santorini: três cenários possíveis para os terramotos no Egeu

As autoridades gregas declararam estado de emergência na ilha de Santorini após uma série de terremotos que têm abalado a região nos últimos dias. A medida, que visa "satisfazer as necessidades urgentes e gerir as consequências", permanecerá em vigor até 3 de março. O maior terremoto registrado até agora teve magnitude 5,2 e ocorreu entre as ilhas de Amorgos e Santorini, a uma profundidade de cinco quilômetros.

A atividade sísmica tem causado preocupação, levando mais de 11 mil pessoas a deixarem a ilha, sendo 7 mil por ferry e 4 mil por avião. Até o momento, não foram registrados danos significativos, mas as autoridades continuam em alerta.

**Três cenários possíveis**
Efthymios Lekkas, chefe da Organização Grega de Planeamento e Proteção contra Terremotos (OASP), apresentou três cenários possíveis para a situação:

1. **Atividade sísmica contínua**: A intensa atividade sísmica pode persistir por semanas ou meses, com terremotos de magnitude até 5,3, antes de diminuir gradualmente.
2. **Terremoto de magnitude 5,5**: Um terremoto maior poderia liberar a tensão sísmica acumulada, resultando em uma redução rápida dos abalos subsequentes. Este seria o cenário mais favorável, com danos mínimos esperados.
3. **Terremoto de magnitude 6**: Embora menos provável, um terremoto de magnitude 6 poderia ocorrer, representando um risco maior para a região.

**Impacto em Amorgos**
A ilha de Amorgos, mais próxima do epicentro dos terremotos, tem sentido os tremores com maior intensidade. "Estamos mais perto do centro do terremoto, por isso estamos a tremer mais e o barulho é perceptível", disse Stamatis Simos, vice-presidente da Câmara Municipal de Amorgos. A ilha, que não possui aeroporto, enfrentou cancelamentos de ferries devido aos ventos fortes, aumentando a ansiedade dos residentes.

**Risco de erupção vulcânica?**
Santorini está localizada no Arco Vulcânico Helénico, uma região com atividade vulcânica significativa. A última erupção importante ocorreu na década de 1950. As autoridades gregas afirmam que os terremotos recentes são causados por movimentos tectônicos e não estão diretamente ligados à atividade vulcânica. No entanto, há preocupações de que os tremores possam estimular o vulcão Santorini.

De acordo com especialistas, embora tenha sido detectado um aumento na atividade vulcânica na caldeira de Santorini, isso não está relacionado aos terremotos atuais. A atividade sísmica semelhante registrada entre 2011 e 2012 não resultou em erupções, o que sugere que o cenário mais provável é a continuidade dos terremotos sem desencadear atividade vulcânica significativa.

**Preparação e resposta**
Uma estação de telecomunicações de reserva está sendo montada na Câmara Municipal de Santorini para garantir a comunicação em caso de um terremoto de grandes proporções. As autoridades continuam monitorando a situação de perto, enquanto os cientistas avaliam a evolução da atividade sísmica e vulcânica na região.

Enquanto isso, a população local e os turistas são aconselhados a seguir as orientações das autoridades e a se preparar para possíveis tremores adicionais. A prioridade é garantir a segurança e o bem-estar de todos os afetados por essa série de eventos sísmicos.