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Saúde
12/02/2025 09:40:00

Por que a pré-eclâmpsia, que levou a parto prematuro de Lexa e à morte de sua bebê, ainda é um mistério para a ciência

Por que a pré-eclâmpsia, que levou a parto prematuro de Lexa e à morte de sua bebê, ainda é um mistério para a ciência

A cantora Lexa comoveu seus fãs ao anunciar a morte de sua filha recém-nascida, Sofia, nesta segunda-feira (10). O parto prematuro ocorreu em 2 de fevereiro devido à pré-eclâmpsia e à síndrome de Hellp, uma complicação dessa condição. A bebê faleceu três dias após o nascimento.

"Nosso milagre nasceu! No dia 5/2, minha filha amada nos deixou. Um luto e uma dor que eu nunca tinha visto igual", escreveu Lexa em suas redes sociais. A cantora relatou os momentos difíceis que enfrentou, destacando que viveu 25 semanas e quatro dias de uma gestação muito desejada.

A pré-eclâmpsia é uma complicação grave da gravidez que provoca aumento perigoso da pressão arterial e danos aos órgãos, podendo levar à morte da mãe e do feto. Apesar da gravidade, nem sempre a condição tem um desfecho trágico.

A ex-atleta Allyson Felix, por exemplo, descobriu na 32ª semana de gestação que tinha pré-eclâmpsia grave. Após ser internada, precisou passar por uma cesariana de emergência. Sua filha nasceu dois meses antes do previsto e passou o primeiro mês na UTI neonatal. Diferente do caso de Lexa, a bebê sobreviveu.

A pré-eclâmpsia é responsável por mais de 70 mil mortes maternas e 500 mil mortes fetais a cada ano. A condição pode surgir sem aviso prévio em qualquer momento da gestação ou até seis semanas após o parto. Pesquisas indicam que um excesso de inflamação no útero pode prejudicar a comunicação entre o corpo da mãe e o feto, afetando a formação da placenta. O fluxo sanguíneo anormal interfere na regulação da pressão arterial, levando à hipertensão e, eventualmente, à pré-eclâmpsia.

Fatores como idade, doenças autoimunes e índice de massa corporal elevado aumentam o risco. Além disso, mulheres negras têm até 60% mais chances de desenvolver a condição, possivelmente devido a dificuldades de acesso a exames e atendimento médico adequado.

A ciência tem avançado na busca por métodos de diagnóstico precoce. Um dos principais marcadores biológicos identificados é a proteína sFlt-1, que atinge níveis muito elevados em mulheres com pré-eclâmpsia. Testes baseados nessa proteína já foram aprovados para uso clínico e podem prever se uma gestante hospitalizada desenvolverá a forma grave da doença nas próximas semanas.

Os pesquisadores também investigam novas abordagens terapêuticas. Medicamentos usados para tratar azia e úlceras, além de drogas experimentais como o CBP-4888, estão sendo testados para impedir o avanço da doença. A ideia é desenvolver tratamentos que possam ser administrados ainda nos estágios iniciais da gravidez, reduzindo os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

Apesar dos avanços, a pesquisa sobre pré-eclâmpsia ainda recebe poucos investimentos em comparação com outras áreas da medicina. Especialistas destacam a importância de ampliar os estudos para entender melhor a condição e encontrar soluções eficazes para preveni-la. Afinal, os impactos da pré-eclâmpsia vão além da gestação, podendo afetar a saúde materna e infantil a longo prazo.



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