Com o início de 2025, o governo e os consumidores seguem atentos à alta dos preços dos alimentos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira (11) que a inflação de janeiro foi de 0,16%, com um acumulado de 4,56% nos últimos 12 meses.
Apesar da queda no preço da energia elétrica, impulsionada pelo "bônus de Itaipu", alimentos e bebidas registraram aumento de 0,96% no mês, puxados por itens como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%).
Mas e os preços de alimentos como carne, café, laranja, óleo de soja e azeite? O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica as projeções para esses produtos.
A carne teve aumento de 0,36% em janeiro e já acumula alta de 21,17% em 12 meses. Segundo Braz, a valorização do dólar impulsionou as exportações brasileiras, reduzindo a oferta interna. Além disso, o ciclo pecuário também influencia os preços, já que o alto abate de fêmeas em 2023 reduziu a produção de bezerros, impactando a oferta para este ano. A tendência é de que os preços continuem elevados em 2025.
O café moído registrou um aumento expressivo de 50,35% nos últimos 12 meses. De acordo com o especialista, 2025 é um ano de menor oferta devido ao ciclo bianual do café, agravado pelos efeitos da seca histórica e das chuvas do ano passado. A expectativa é de que os preços continuem subindo ao longo do ano.
O preço da laranja foi um dos que mais subiram em 2024, com a laranja lima acumulando alta de 59,56% e a laranja pera, 34,52%. A estiagem e as temperaturas elevadas impactaram a produtividade das lavouras, e a safra 2024/25 será 27% menor. Caso o Brasil exporte grande parte da produção, o preço interno pode continuar pressionado.
O óleo de soja teve alta de 24,55% nos últimos 12 meses, mas apresentou uma leve queda de 0,87% em janeiro. A projeção de safra recorde para a soja este ano pode contribuir para a estabilização dos preços, tornando esse item um dos poucos com tendência de desaceleração.
O azeite subiu 17,24% nos últimos 12 meses devido a safras ruins nos principais países produtores. Embora a produção na Espanha tenha melhorado, o Brasil, que importa 99% do azeite consumido, pode não sentir essa queda devido à desvalorização do real, que mantém os preços elevados.
Com o cenário atual, especialistas indicam que os preços dos alimentos continuarão pressionados em 2025, impactando o orçamento das famílias brasileiras.