O Ministério da Saúde do Hamas informou neste domingo (9) que forças israelenses mataram duas mulheres palestinas na Cisjordânia ocupada, incluindo uma grávida de oito meses. O exército de Israel declarou que tinha terroristas como alvo na área.
Soundus Jamal Mohammad Chalabi, de 23 anos, foi morta no campo de refugiados de Nour Shams antes do amanhecer. Seu marido, Yazan Abu Chola, ficou gravemente ferido. A jovem chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu. O ministério afirmou que os médicos não conseguiram salvar o bebê devido à dificuldade de transferência dos feridos para atendimento médico.
O exército israelense anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso. Testemunhas relataram que o casal tentava deixar o campo de refugiados antes da chegada das forças israelenses quando foi alvo de disparos.
Em um ataque separado no mesmo campo, Rahaf Fouad Abdoullah Al-Ashqar, de 21 anos, também foi morta. Segundo fontes locais, ela e seu pai foram atingidos quando militares israelenses utilizaram explosivos para entrar em sua residência.
Desde o início do ano, ao menos 70 palestinos foram mortos na Cisjordânia, conforme dados do Ministério da Saúde Palestino. Nos últimos 16 meses de conflito, esse número chega a 886 vítimas, incluindo mortes provocadas tanto pelo exército israelense quanto por colonos.
Ainda neste domingo, o exército israelense deixou o corredor de Netzarim, uma passagem que dividia a Faixa de Gaza em duas partes, impedindo deslocados de retornarem ao norte. A retirada ocorreu no contexto de uma trégua frágil entre Israel e o Hamas, vigente desde 19 de janeiro.
Com o anúncio da retirada, longas filas de carros e carroças se formaram na região, em meio a um cenário de destruição. Muitos deslocados tentam retornar às suas casas, apesar das condições adversas. Um dos moradores, Osama Abu Kamil, afirmou que pretende montar uma barraca entre os escombros de sua antiga residência, pois não tem outra opção.
O corredor de Netzarim havia sido estabelecido por Israel para dividir o território de Gaza, sendo mantido sob controle militar até então.