A recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o preço dos alimentos gerou uma onda de memes e críticas nas redes sociais. Durante uma entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira (6), Lula sugeriu que a população deixasse de comprar produtos muito caros para forçar a redução dos preços.
"Se todo mundo tiver a consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter de baixar para vender, porque, senão, vai estragar", afirmou o presidente.
A fala, considerada infeliz diante do aumento dos preços dos alimentos, foi alvo de chacota tanto por páginas de humor quanto por políticos da oposição.
Usuários das redes sociais rapidamente transformaram a declaração em memes. Em uma das imagens mais compartilhadas, uma mulher aparece no supermercado diante de prateleiras vazias, com a legenda: "Eu escolhendo apenas os produtos baratos no governo Lula".
Outro meme faz referência à promessa de campanha de Lula sobre tornar a picanha mais acessível. A ex-candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) publicou uma imagem do presidente durante a entrevista com a frase: "Prometeu picanha, entregou jejum intermitente".
Também viralizou um vídeo em que uma pessoa prepara café dissolvendo balas sabor café, ironizando o aumento do preço do grão, que pode subir entre 20% e 25% nos próximos meses devido à alta demanda global e a eventos climáticos que afetaram a produção brasileira.
O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais opositores de Lula nas redes sociais, usou a declaração para atacar o governo. Ele fez uma montagem comparando Lula ao personagem Julius, da série Todo Mundo Odeia o Chris, conhecido por economizar ao extremo. A imagem traz a frase icônica do personagem: "Se eu não comprar nada, o desconto é bem maior", agora atribuída ao presidente.
Além disso, a oposição tem utilizado o tema dos alimentos para desgastar o governo. Bonés com os dizeres "Comida barata novamente, Bolsonaro 2026" já começaram a circular.
Apesar das críticas, os dados mostram que, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), os alimentos subiram em média 57%, acima da inflação geral do período, que foi de 30%. Nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula, a inflação sobre os alimentos soma 7,6%.