O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou grande preocupação com o aumento das execuções no Irã, onde pelo menos 901 pessoas foram condenadas à pena capital em 2024. Esse número representa um crescimento em relação às 853 execuções registradas no ano anterior, com destaque para a execução de cerca de 40 indivíduos em apenas uma semana de dezembro.
Entre os casos, houve um aumento significativo no número de mulheres executadas, totalizando pelo menos 31 iranianas em 2024, o maior número registrado nos últimos 15 anos. Muitas dessas mulheres foram condenadas por assassinato, sendo que algumas delas eram vítimas de violência doméstica, casamento infantil ou forçado, e foram executadas por matar seus maridos.
De acordo com a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Liz Throssell, a maioria das execuções está relacionada a crimes ligados ao tráfico de drogas, mas dissidentes políticos e participantes dos protestos de 2022 também foram condenados à morte.
Volker Turk reafirmou sua oposição à pena de morte, alegando que a prática é incompatível com o direito à vida e que há um risco inaceitável de execução de inocentes. Ele pediu que o governo iraniano suspenda imediatamente novas execuções e estabeleça uma moratória sobre a pena de morte, seguindo o exemplo de 170 países que já aboliram essa prática ou impuseram restrições ao seu uso.