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Acidente
04/02/2025 12:00:00

Marcador de AVC no Organismo Humano: Estudo Relaciona Bactéria Bucal ao Risco de Derrame


Marcador de AVC no Organismo Humano: Estudo Relaciona Bactéria Bucal ao Risco de Derrame

Pesquisadores do Centro Nacional Cerebral e Cardiovascular de Osaka, no Japão, identificaram uma relação entre níveis elevados da bactéria Streptococcus anginosus, presente na boca e no trato gastrointestinal, e um risco aumentado de acidente vascular cerebral (AVC) e mortalidade associada. O estudo, ainda inédito, será apresentado na Conferência Internacional de AVC da Associação Norte-Americana de Derrame, que ocorrerá em Los Angeles entre 5 e 7 de fevereiro.

Segundo Shuichi Tonomura, líder da pesquisa, a possibilidade de um teste rápido para detectar bactérias nocivas na boca e no intestino pode auxiliar na avaliação do risco de derrame, permitindo estratégias preventivas mais eficazes. Ele destaca que a maioria das bactérias do organismo, conhecidas como microbiota, desempenham funções benéficas, mas o desequilíbrio pode levar ao desenvolvimento de doenças.

Em uma pesquisa anterior, a equipe já havia relacionado a Streptococcus mutans, bactéria causadora de cáries, a um risco maior de sangramento cerebral. No estudo atual, realizado no maior centro de AVC do Japão, foram analisadas amostras de saliva e intestino de 200 pacientes que sofreram derrame recentemente e de 50 pessoas sem histórico da doença, todas com idade média de 70 anos.

Os resultados revelaram que a Streptococcus anginosus estava significativamente mais presente nos pacientes que sofreram AVC, aumentando em 20% o risco de derrame. Em contrapartida, bactérias como Anaerostipes hadrus e Bacteroides plebeius mostraram efeitos protetores, reduzindo o risco de AVC em 18% e 14%, respectivamente. Além disso, pacientes que sobreviveram ao AVC e apresentavam altos níveis de Streptococcus anginosus no intestino tiveram maior mortalidade e risco de complicações cardiovasculares nos dois anos seguintes ao derrame.

Diante dessas descobertas, Tonomura enfatiza a importância da higiene bucal como forma de prevenção. Ele recomenda reduzir o consumo de açúcar e utilizar cremes dentais que combatam bactérias associadas à cárie, como Streptococcus mutans e Streptococcus anginosus.

Para aprofundar o estudo, os pesquisadores pretendem analisar indivíduos que ainda não sofreram um AVC, mas possuem fatores de risco vascular. No entanto, Tonomura alerta que os resultados podem variar em diferentes populações, pois o microbioma oral e intestinal é influenciado pelo estilo de vida e pela alimentação.

A neurologista Louise D. McCullough, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, destacou que a má saúde bucal pode levar à inflamação e aumentar o risco de derrame. Ela considera intrigante a associação entre altos níveis de Streptococcus anginosus e a mortalidade após um AVC, sugerindo que a bactéria pode desempenhar um papel no risco contínuo da doença. McCullough defende que estudos com um grupo maior de indivíduos possam ampliar o entendimento sobre a relação entre microbiota e AVC, contribuindo para estratégias preventivas mais eficazes.



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